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O Paulista é Paulistinha ou Paulistão dependendo da época e da frustração

O São Paulo pensa em não usar seu time principal nos próximos Campeonatos Paulistas, diz documento enviado pelo clube à Federação Paulista. Pede a exclusão do árbitro Flávio Rodrigues de Souza e estuda como tratará o estadual de 2026.

Importante salientar que o departamento de árbitros da Federação não considerou equivocada a marcação do pênalti a favor do Palmeiras. O diretor de árbitros, Patricio Lostau, julga que era lance de interpretação. Foi mais ou menos o que declarou o presidente Reinaldo Carneiro Bastos.

Logo depois do clássico, Julio Casares declarou que o São Paulo nunca tratou o Paulista como "Paulistinha", alusão ao protesto feito pelo ex-presidente palmeirense, Maurício Galiotte, depois de pênalti marcado e revisado sem auxílio do VAR, que não existia, na final de 2018 contra o Corinthians.

A frase de Casares é meia verdade. Em 2015, o então presidente são-paulino, Carlos Miguel Aidar, declarou que foi voto vencido no Conselho Técnico da Federação por "falta de massa encefálica" dos outros 19 presidentes de clubes. Depois de chamar seus colegas de burros, em outras palavras, Aidar esboçou escalar time aspirante no Paulista.

Não usou a palavra "Paulistinha". Nem precisava.

Paulistinha era como se apelidava o torneio de acesso para que cinco clubes pequenos se juntassem aos cinco grandes nas fases finais, entre 1970 e 1974. Na primeira edição com este critério, a Ponte Preta classificou-se entre os times do interior e chegou ao vice-campeonato. O campeão do Paulistão foi o São Paulo.

O Palmeiras, que chamou o Paulista de Paulistinha em 2018, hoje sonha com o tetracampeonato, inédito no profissionalismo e conquistado apenas pelo Paulistano, em 1919, no amadorismo.

Há momentos distintos nas histórias dos grandes clubes e nas relações que possuem ou podem ter com os campeonatos estaduais. Em 2021, o São Paulo encarou o Paulista como Copa do Mundo, porque precisava voltar a colocar uma taça em sua galeria.

Erros de arbitragem sempre houve. Em 1988, o Corinthians se classificou para a final com um gol impedido de Biro-Biro contra o São Paulo, em 1993 Neto marcou também em posição irregular em outro Majestoso, o São Paulo conquistou o título de 1971 e o Palmeiras até hoje reclama de um gol de cabeça, anulado por toque de mão de Leivinha.

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Nem é só em São Paulo. No Rio, por exemplo, o Flamengo foi campeão de 2014 com gol ilegal de Márcio Araújo.

A rodada do fim de semana teve polêmica com gol de Bruno Henrique, no Maracanã, e principalmente no pênalti marcado a favor do Palmeiras, no Allianz Parque. Não foi a primeira vez, nem será a última. Vai haver erros no Campeonato Brasileiro e ninguém chamará de Brasileirinho, haverá na Copa do Brasil e não se apelidará do Copinha do Brasil.

Na era do VAR, não houve erro tão grave quanto o de Arsenal 2 x 2 Bayern. O árbitro sueco Glenn Nyberg assistiu ao zagueiro brasileiro Gabriel Magalhães, do Arsenal, apanhar com as duas mãos uma bola em jogo dentro de sua grande área. Não marcou pênalti, para inconformismo do clube alemão. Na atual edição, apitou um confronto de oitavas de final, Benfica 3 x 3 Monaco.

Flávio Rodrigues de Souza é um bom árbitro que cometeu um erro, na visão deste blog. Não cometeu erro nenhum na avaliação da diretoria de árbitros da Federação Paulista, que considera um lance de interpretação de difícil decisão.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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