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CBF anunciou em fevereiro queda de Seneme que aconteceu de fato em setembro

O anúncio da saída de Wilson Seneme da presidência da comissão de arbitragem só termina um processo de cozimento iniciado em setembro.

Naquela época, Seneme se afastou por problema de saúde, após ter sido repreendido publicamente, na frente de dirigentes dos 40 clubes das séries A e B.

O episódio ocorreu durante uma reunião emergencial convocada por Ednaldo Rodrigues após erro do árbitro Marcelo de Lima Henrique em Vitória 2x2 Cruzeiro.

Na época, a CBF não informou aos clubes, nem aos árbitros, que as escalas passaram a ser feitas por Emerson Augusto de Carvalho. O presidente do Vitória, Fábio Mota, chegou a afirmar que Seneme já estava demitido. Só não se sabia a data em que a queda seria oficializada.

Depois de dez dias de afastamento e de comentários na CBF de que era um caso de burnout, Seneme voltou alegando estar bem de saúde e ter tratado um caso de hipertensão.

Oficialmente cumpriria seu contrato até abril de 2026, data da fim do mandato de Ednaldo Rodrigues. O mesmo procedimento depois da demissão de Leonardo Gaciba, em 2021. Após a queda, continuou recebendo seu salário integral até o término do contrato.

Mas as informações dos corredores da CBF seguiam dando conta de que Seneme não mandava mais, não escalava, nem era atendido pelo presidente Ednaldo Rodrigues.

Gaciba caiu após reclamações do Bahia sobre uma derrota por 3x0 para o Flamengo. A crise de setembro aconteceu após um erro do árbitro Marcelo de Lima Henrique, que validou gol de Dinenno, do Cruzeiro, no empate por 2x2 com o Vitória.

Erros contra clubes baianos, federação de origem de Ednaldo, crise política na arbitragem, nos dois casos.

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O silêncio de Seneme após o anúncio oficial de sua demissão pode indicar o mesmo procedimento do episódio Gaciba: pagamento integral até o fim do contrato. Ninguém confirma isso. O blog procurou Seneme, que não atendeu às ligações.

A CBF informou que contará, a partir de agora, com um comitê consultivo permanente, com presenças do italiano Nicola Rizzolli e do argentino Nestor Pitana.

Mais concretamente, o paulista Rodrigo Cintra terá papel importante nas escalas. Sem um presidente formal da comissão, o que fica nas entrelinhas é que a arbitragem seguirá sem autonomia e exposta às pressões políticas que mais incomodem a presidência da CBF.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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