Futuro da Liga unida vale muito mais do que debater quem perdeu no passado
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Foram três anos de debates incessantes, com gente prevendo que a Libra ganharia mais do que a Liga Forte União. Na opinião de especialistas, não havia dúvida sobre quem ganharia mais, a Libra. A pergunta era: quanto a mais?
Não é bem assim, como demonstram as negociações concluídas de Libra e Liga Forte União.
Não vem ao caso discutir quanto cada bloco receberá a mais ou a menos, embora haja interesses de grupos de comunicação neste assunto.
Importa pensar nas razões de o Brasileirão ter crescido perto de 33% do contrato anterior para os próximos cinco anos.
Classificação e jogos
Pela primeira vez em 30 anos, deixou-se de apostar em velhas práticas. Forçar a concorrência, em vez de assinar contratos sem avaliação completa apenas por saber que seria possível pedir adiantamento, quando fosse necessário.
Há comissões de um lado e também de outro. Há descontos no contrato de um grupo comercial e também do outro.
Existe, sobretudo, o crescimento de 30% do contrato global, saindo de R$ 2,2 bilhões para R$ 2,8 bilhões. Como os números do contrato anterior variam de publicação para publicação, ora R$ 2,1 bilhões, ora R$ 2,2 bilhões, e os novos também, é possível entender que o crescimento existe entre 27% e 33%, num mercado em que os especialistas afirmavam não haver mais dinheiro.
Na Inglaterra, não tem mais como crescer. Na França, está diminuindo.
No Brasil, nem começou. Não só porque os grupos de comunicação entraram no mercado e existe mais competição. Mas também porque, o produto Campeonato Brasileiro é uma árvore que nem sequer foi plantada.
"Liga" é uma palavra que significa pouco, assim, de forma solitária. A Liga Italiana transformou ouro em lixo, por ser estruturada em plataforma política. A Liga Inglesa, Premier League, transformou lixo em ouro, por ser montada com olhar econômico.
A Inglaterra plantou uma árvore chamada Campeonato Inglês. Cuidou dela de forma a existir raiz sólida, tronco forte. Hoje, quando se olha para os galhos, há os maiores e os menores, mas todos estão frondosos e saudáveis.
No Brasil, nem se plantou a árvore e todos estão olhando para os galhos. Os grandes são muito menores do que deveriam ser.
A metáfora serve para compreender por que razão os especialistas não estão observando as razões do crescimento do dinheiro de TV da ordem de 30% no Campeonato Brasileiro.
Para uma Liga que nem nasceu, o volume de dinheiro é espantoso. Mais ainda, porque quem entende do assunto dizia que não havia dinheiro no mercado.
Há. E não é só em plataformas de televisão. Todo o futebol brasileiro pode ser melhor e gerar mais receitas.
E se os 40 clubes das Séries A e B trabalharem em conjunto, o crescimento será muito maior do que 30% no próximo acordo.
Só é necessário compreender que a concorrência será parte do negócio.
Google, Amazon Prime, Record TV e Globo são sinais de que é possível haver mais gente interessada, gerar mais dinheiro não apenas de mídia e produzir um Campeonato Brasileiro que seja, daqui a dez anos, muito mais forte do que é atualmente.
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