Gabriel Milito no Atlético testa a volta da marcação individual
Era junho de 2021 e o São Paulo abusava da marcação individual contra o Santos, dirigido por Fernando Diniz, na época o último treinador são-paulino antes da contratação de Hernán Crespo. Por mensagem, sugeri ao repórter André Hernan que perguntasse a Crespo se a referência para marcar homem a homem era Marcelo Bielsa, seu treinador na seleção argentina no final da década de 1990 e início da de 2000.
Crespo ouviu a pergunta e se esquivou: "Bielsa é o mestre das perseguições individuais".
Sem confirmar nem desmentir que reproduzia o modelo aprendido com seu professor, Crespo seguiu por essa escola até desgastar tanto seus jogadores que acabou demitido.
Não se trata de ser certo ou errado. Há uma semana, uma conversa com um treinador da Série A, surgiu a resposta para o retorno das marcação individuais sem sobra, montadas por Xabi Alonso, no Bayer Leverkusen, por Mikel Arteta, no Arsenal, por Abel Ferreira, no Palmeiras: "Guardiola derrubou a compreensão sobre a marcação por zona".
Alguns times sofrem mais e outros menos com as perseguições individuais. O Botafogo se deu bem contra o Palmeiras, que não conseguiu manter o homem a homem, sem cobertura, introduzido por Abel Ferreira. As movimentações constantes de Luiz Henrique, Igor Jesus, Savarino e Almada quebraram o sistema.
Milito não reproduz da mesma maneira. Com ele, sempre há cobertura. O que significa que sempre sobra um pé bom do outro lado do campo. Um zagueiro, como Sabino, que teve espaço para criar no Morumbis, jogo de ida da Copa do Brasil. Ou Arboleda, a quem Hulk largou, como se a natureza fosse marcar.
Há quem diga que o jogador brasileiro tem mais facilidade para compreender as velhas marcações por encaixe, num país que se orgulhava de ter inventado a zona, com Zezé Moreira, mas sempre marcou homem a homem, dentro da zona — por encaixe. Milito vai além. Marca individual, mas sempre um jogador na cobertura.
Fez isso pelo Argentinos Juniors contra o Fluminense, há um ano. Perdeu.
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