Fluminense faz rara reclamação de arbitragem com lucidez
Desde Romualdo Arppi Filho, árbitro da final da Copa do Mundo de 1986, é difícil compreender por que brasileiros apitam mal aqui dentro e bem no exterior. O exemplo mais recente é o de Ramon Abatti Abel, de boa atuação na final olímpica masculina Espanha 5x3 França.
Anderson Daronco também tem sido diferente. Reclamam dele aqui e fora daqui, a ponto de ter sido afastado de jogos pela Conmebol e desagradado Flamengo, pelo pênalti de Murilo, e Palmeiras, por truncar o jogo na segunda etapa.
Em parte, é possível pensar que o contraste seja prococado pelas constantes reclamações e vetos a árbitros por clubes na CBF, as explícitas ou intra muros. Nos dois casos, a pressão sobre os árbitros aumenta e a tensão amplifica a incompetência. É uma hipótese, não uma verdade absoluta.
O presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, também foi uma exceção em sua entrevista coletiva depois de Vasco 2x0 Fluminense. Reclamou da atuação ruim de Anderson Daronco, foi duro ao afirmar que o árbitro gaúcho deve admitir suas limitações e abandonar a carreira. Mas fez ponderações importantes, em voz baixa.
Mano Menezes, em seguida, repetiu o tom sereno e a crítica no alvo.
Falou sobre melhorar a arbitragem, ressaltou que não houve má fé e sim falta de competência, destacou o absurdo de imagens de TV terem mais clareza do que o equipamento utilizado pelos árbitros de vídeo.
Pela transmissão do SporTV, é evidente o toque na mão de Vegetti antes de ele próprio marcar Vasco 1x0. Daronco tinha obrigação de ver no campo o que todos os jogadores viram. Depois, a única justificativa para não anular o gol seria o vídeo não mostrar com evidência que a bola tocou na mão.
A TV mostrou toque de mão para todo o país. O que pode implicar deficiência do equipamento usado pela CBF, junto à falta de convicção do árbitro de campo. Erro grave e duplo.
Mario Bittencourt não falou em roubo. Falou sobre erros. Em bom português, com calma e clareza. Raro exemplo de lucidez ao falar de prejuízo provocado pela arbitragem.
O único caminho para tentar melhorar é profissionalizar árbitros. Todo o resto é panfleto e gritaria.
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