O Brasil vai dar trabalho para montar o Brasil

A coisa mais incoerente da cobertura de seleção brasileira é ouvir gente repetir que ninguém liga mais para a seleção brasileira e detonar a atuação numa estreia de Copa América. Ora, se ninguém ligasse...
Liga, claro que sim, a ponto de congestionar redes sociais e portais com críticas severas a um time que, evidentemente, ainda não existe.
Se todas as crises da história da seleção foram em períodos de transição, o que dizer quando o cara que deveria ainda ser o craque do time está no camarote do estádio de Los Angeles, fantasiado de astro de Hollywood e demonstrando espanto com a substituição de Dorival Júnior: "O Vini!?"
No quinto jogo de Felipão, Copa América de 2001, o Brasil perdeu para Honduras por 2x0 e muita gente, até o capitão Carlos Alberto Torres, decretou que não havia mais craques.
Foi uma das tantas vezes em que se decretou o falecimento do futebol brasileiro que, afinal, ainda está vivo.
Mas em crise, transição de uma geração para outra, à espera de que Vinicius Júnior e Rodrygo sejam os protagonistas como no Real Madrid.
Time ruim enterra jogador bom e, por enquanto, não há time. Há ideias de Dorival Júnior, algumas repetidas, como João Gomes à esquerda do meio de campo, como no Flamengo de 2022, ou Arana alargando o campo pela esquerda, como Wellington fazia no São Paulo de 2023.
As ideias precisam se renovar e a equipe se construir. É bem provável que não dê tempo na Copa América, em que será mais fundamental evitar vexame do que ganhar o título.
Favoritos são Uruguai, Argentina e Colômbia, nesta ordem. Obsessão tem de ser a Copa do Mundo. A estreia pobre contra a Costa Rica mostrou que haverá muito trabalho para chegar bem até lá.
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