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Drugovich teve série de quase estreias na F1: dessa vez vai ser diferente?

Felipe Drugovich estava jantando tranquilamente no sábado à noite em Barcelona quando recebeu a notícia de que Lance Stroll estava fora do GP da Espanha, segundo a versão oficial, por conta de dores no punho e mão, que estariam relacionadas a uma operação que ele fez às pressas para conseguir estar no carro na abertura do campeonato de 2023 após um acidente de bicicleta.

O brasileiro é o reserva da equipe de Stroll, a Aston Martin, mas não poderia assumir o cockpit na Espanha porque as regras impedem que um piloto que não participou da classificação dispute o GP.

A questão era mais entender se seus serviços seriam solicitados na próxima etapa, no Canadá, dia 15 de junho.

Normalmente, ele estaria à disposição e só focaria em aumentar seu treinamento e as voltas no simulador para estar o mais bem preparado possível para o que seria a estreia na F1. Mas, desta vez, há um porém: Drugovich está escalado para correr com a Cadillac na categoria principal das 24 Horas de Le Mans.

É claro que um piloto que já deixou claro que não se importa em sacrificar parte de sua carreira para tentar tudo o que pode para correr na F1 deixaria a tradicional prova do Mundial de Endurance de lado para correr no GP do Canadá, mas há prazos a cumprir.

O ideal é que a Aston Martin passe uma posição até a sexta-feira, até porque Le Mans é um evento especial e há muitas atividades relacionadas à corrida acontecendo nos dias anteriores.

É possível que ele tenha uma decisão difícil adiante: valeria a pena desistir de Le Mans e esperar até o último momento?

O que realmente aconteceu com Stroll?

Até porque toda a história de Stroll tomou ares mais dramáticos quando começaram a surgir no paddock no domingo de manhã rumores de que Stroll não tinha somente voltado a sentir dores no punho.

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Ele teria ficado muito irritado com a classificação, quando foi eliminado no Q2, e saiu do carro direto para o motorhome da equipe, onde teria extravasado sua frustração de maneira bem forte. Nesse processo, ele não cumpriu o regulamento e não foi se pesar, o que provavelmente teria provocado sua desclassificação caso a equipe não o tivesse retirado da corrida.

A equipe não nega que ele tenha se irritado.

Ele passou pela pesagem e deu entrevistas normalmente, só disse que tinha tido problemas de equilíbrio no carro, e só horas depois os membros da equipe receberam um email falando que ele estava fora da corrida, e a imprensa recebeu um comunicado.

As tais dores que ele estaria sentindo há seis semanas não eram um assunto que circulava dentro do time anteriormente, então toda a situação pegou a equipe de surpresa, incluindo Drugovich.

Não demorou para outras versões surgirem, como a de que Stroll teria se lesionado enquanto extravasava sua frustração, mas o chefe de operações de pista do time, Mike Krack, classificou os comentários de "típica fofoca do paddock".

Agora, a versão da equipe é que ele trabalhará para voltar o quanto antes: a próxima corrida é justamente sua prova caseira no Canadá.

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Brasileiro já bateu na trave outras vezes

Não é a primeira vez que Drugovich vive essa expectativa de fazer a estreia. Quando Stroll sofreu o acidente, em fevereiro de 2023, inicialmente os médicos acreditavam que ele perderia pelo menos as duas primeiras etapas, e ele conseguiu se recuperar em 12 dias.

Há relatos, também, de que o canadense teria pensado em desistir da Fórmula 1 por volta dessa época, e foi convencido pelo pai, que é o dono da equipe, Lawrence Stroll, e também pelo companheiro Fernando Alonso, a ficar.

E, no final do ano passado, Alonso teria um problema intestinal sério e fez as últimas corridas no sacrifício. No México, ele apenas deu algumas voltas e desistiu da prova. No Brasil, houve a possibilidade novamente de Drugovich assumir.

Veremos o que acontece nos próximos dias. As perguntas são várias. Stroll teria mesmo se lesionado socando algo? Estaria ele pronto para deixar a F1? Ou não tem nada disso e ele realmente vinha sofrendo com dores sem que a maior parte da equipe soubesse?

Para Drugovich, o mais importante é que, qualquer que seja a resposta para estas perguntas, a Aston Martin tome uma decisão o quanto antes.

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