Brasileiro líder da F3 vai embalado para rodada tripla e estreia em Mônaco
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Ninguém nunca conseguiu um começo de temporada na Fórmula 3 como o de Rafael Câmara: nas duas primeiras etapas, na Austrália e no Bahrein, ele teve duas vitórias nas corridas principais, duas poles positions, duas voltas mais rápidas. Após uma pausa de cinco semanas, o campeonato está de volta com uma sequência de três corridas em três finais de semana, começando em Imola e terminando em Barcelona. E, no meio delas, o GP de Mônaco, que marcará a estreia do piloto brasileiro em pistas de rua.
É a corrida que estou mais ansioso para fazer, porque eu nunca corri num circuito de rua, mas eu tenho uma sensação de que vai ser bom.
Câmara ao UOL
Mas como assim, uma sensação boa, baseada no quê? Ele vai explicando e mostrando um pouco mais de porquê é um nome sobre o qual se ouve muito desde quando estava no kart e porque foi selecionado pela Ferrari por meio de uma competição definida na pista em 2021 para fazer parte da academia de pilotos que revelou Charles Leclerc e Ollie Bearman.
É um carro novo, talvez o acerto seja um pouco diferente do ano passado, mas segundo o time, para Mônaco eles sabem o que fazer. Acho que no ano do Bibi o carro não estava muito bom, e depois daquele ano parece que eles entenderam qual era a direção para tomar o carro.
Bibi, no caso, é Gabriel Bortoleto, que também começou a temporada em que foi campeão na F3, pela mesma equipe Trident, com duas vitórias e depois administrou a vantagem até o final do ano. De fato, Mônaco não foi um fim de semana bom para ele, que só voltaria ao pódio duas etapas depois.

Os cálculos mentais de Câmara do que pode dar errado em Mônaco continuam. "Vou ter que estar bastante focado, né? Porque qualquer erro ali acaba o final de semana praticamente, e também a gente é muito limitado em relação às voltas. Porque provavelmente vai ter uma bandeira vermelha no treino, e aí a gente vai dar duas voltas antes do quali, e nessas duas voltas eu tenho que aprender a pista."
Problemas com as largadas ficaram para trás
Outro ponto de atenção para o piloto de 20 anos é a largada. No final de semana da Fórmula 3, são disputadas duas corridas, sendo que, em uma delas, as 12 primeiras posições são invertidas em relação à classificação. Ou seja, como ele foi pole na Austrália e no Bahrein, largou em 12º nas corridas curtas de ambos os GPs. E largou mal em ambos os casos.
Na Austrália, ele contou que "descobriu algo no carro". Ele tinha que apertar dois botões para colocar o carro no modo largada, mas acabou apertando outro, que era branco, assim como aquele que deveria ter apertado. E resetou todo o mapa de embreagem do carro.
Foi um erro meu, mas também foi um azar, porque ninguém sabia, se eu soubesse, eu não ia também fazer esse erro besta assim, né? E no Bahrein, foi mais a gente que errou o mapa, estava muito agressivo. Na corrida, só falei para meu engenheiro 'só quero sair e daí eu me resolvo'. Mas eu acho que em relação às próximas corridas, eu vou continuar fazendo o mesmo trabalho, preparar tudo direitinho, preparar tudo certo para chegar pronto porque eu sei que a gente sempre tem muito pouco tempo de pista antes da classificação.
Tensão antes do início da temporada
Do ponto de vista da equipe, as boas performances iniciais foram um alívio para Câmara, porque a F3 está adotando um carro novo neste ano. Nesta categoria, que é o segundo degrau abaixo da F1, todos usam o mesmo carro, mesmo motor e mesmos pneus, mas há diferenças de desempenho que vêm da compreensão de cada equipe do equipamento que tem em mãos.
Eu estava bem ansioso para realmente começar na Austrália. Eu estava até um pouco com medo de acontecer o que aconteceu com a Prema no passado, na Fórmula 2, que era a melhor equipe, e aí com o carro novo eles não foram tão bem. Então depois que começou, deu tranquilizada e aí deu tudo certo.
A temporada da F3 tem 10 etapas, então, quando acabar essa rodada tripla, o campeonato estará em sua metade. E Câmara tentará manter sua vantagem, que atualmente é de 26 pontos.
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