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Futuro de Lawson e volta dos motores V10 dominam bastidores da F1

Oscar Piastri comandou a dobradinha da McLaren na China, em prova que teve ainda a desclassificação dupla da Ferrari - e por motivos diferentes, algo raro na F1 - e de Pierre Gasly, da Alpine. Mas outros dois assuntos deram o que falar no paddock neste fim de semana: o futuro de Liam Lawson sendo colocado em xeque após apenas dois GPs na Red Bull, e a possibilidade, que é discutida seriamente, da categoria voltar a ter motores V10.

Red Bull estuda o que fazer com Liam Lawson

O resultado final do GP da China mostra o neozelandês em 12º. Nada mal para quem largou em último não fossem as três desclassificações, o abandono de Fernando Alonso, as escapadas das Sauber e a quebra da asa de Yuki Tsunoda. Na prática, com a Red Bull, ele só superou Jack Doohan.

É apenas o segundo GP do ano, mas a Red Bull não quer ver o cenário de 2024 se repetir: apesar de Max Verstappen ter sido campeão entre os pilotos, eles não passaram do terceiro lugar entre os construtores pela falta de pontos de Sergio Perez, exatamente pelo mesmo motivo que está atrapalhando Lawson: o carro da Red Bull é muito difícil de pilotar.

"É difícil pilotar o carro, o Max consegue se adaptar", explicou Christian Horner, chefe da Red Bull. "Liam está com dificuldades de ter confiança no carro no momento, e é por isso que fizemos mudanças significativas no acerto do carro antes da corrida para dar mais confiança para ele."

Pelo que se viu na corrida e na própria linguagem corporal de Lawson após a prova, isso não ajudou. E o consultor da Red Bull, Helmut Marko, disse que uma reunião já está marcada para antes do GP do Japão a fim de definir se vale a pena continuar apostando em Lawson ou se seria melhor promover Yuki Tsunoda.

Perguntado pelo UOL sobre isso, Horner disse que não há nada específico sobre Lawson marcado em sua agenda. "Vamos estudar todos os dados e ver como podemos ajudar o Liam."

Horner, inclusive, não quis citar Tsunoda como único candidato e, por duas vezes na entrevista que deu após a prova da China, elogiou o trabalho do estreante Isack Hadjar. Ambos os pilotos, inclusive, testaram o carro da Red Bull ano passado e, segundo o chefe, foram bem.

Seria surpreendente, no entanto, que a Red Bull desistisse de Lawson tão rapidamente. Até porque é difícil para eles pensarem no título de construtores com o próprio Verstappen terminando fora do pódio, como foi o caso na China.

A F1 pode mesmo voltar a ter motores V10

O que parecia ser somente algo mais político inicialmente está realmente acontecendo: a Fórmula 1 terá um novo motor em 2026, que continua sendo híbrido, V6 turbo, sem um dos sistemas de recuperação de energia, e com combustível sustentável. Mas já está de olho em uma solução mais simples para um futuro próximo.

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O temor é que, em um cenário futuro em que a categoria não seja tão atrativa como atualmente, ou que as montadoras que estão no esporte e inclusive as que foram atraídas pela unidade de potência de 2026 - Audi, Ford e GM - tenham que reduzir os gastos com automobilismo, a tecnologia que do motor seja complicada demais para que outras fabricantes entrem na categoria.

Pode parecer um movimento até paranoico levando em consideração o tanto que a F1 vem crescendo nos últimos anos, mas é um cenário que a categoria já viveu no passado e contra o qual quer se precaver da melhor forma possível.

Um motor V10 com combustível sustentável seria uma aposta de motor simples, mas não é a única saída estudada pela federação, que deve enviar em breve algumas propostas para as montadoras que estão atualmente na categoria estudarem.

A ideia seria ter um novo motor no final da década de 2020, até porque todos já gastaram muito dinheiro com o desenvolvimento da unidade de potência de 2026 e também do novo carro, que se adapta a ela. Ou seja, é uma discussão que ainda vai dar o que falar nos próximos meses.

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