Enquanto Vettel se aposenta, Alonso luta para ficar na F1 aos 41 anos

Não é raro encontrar no paddock da F1 quem tenha trabalhado com Fernando Alonso e o coloque entre os melhores da história da categoria, mesmo com dois títulos mundiais e números menos impressionantes que Lewis Hamilton ou até mesmo Sebastian Vettel, para ficar nos pilotos de sua geração. Completando 41 anos nesta sexta-feira e a algumas provas de se tornar o recordista em número de grandes prêmios, o espanhol segue tendo sua habilidade respeitada e não vive só de glórias: suas performances têm sido fundamentais para a Alpine estar vencendo a McLaren na disputa pelo quarto lugar entre os construtores. E, diferentemente de Sebastian Vettel, não pensa em deixar a F1.

Alonso ainda está andando forte. Nas últimas duas corridas, esteve no top 6 em duas oportunidades, com o quinto carro mais rápido do grid. Tanto, que seu ex-rival Hamilton o apontou como o piloto mais forte com que correu.

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"É difícil dizer quem foi meu rival mais forte, porque a cada momento em que você está lutando com alguém, você está em um momento diferente da vida. Mas diria que, em termos de ritmo puro, diria que foi Fernando, por sua habilidade. Tivemos algumas boas batalhas, e gostaria de ter mais. Tomara que ele continue a correr e que tenhamos mais brigas no futuro", disse Hamilton no final de semana em que se juntou ao ex-companheiro no grupo seleto de pilotos com 300 GPs.

Neste GP da Hungria, ele não só completa 41 anos, como também retorna ao palco de sua primeira vitória na Fórmula 1, em 2003. E, comprovando que ele não vive só do passado, volta ainda à pista em que segurou um Hamilton muito mais rápido, ajudando na vitória de seu companheiro Esteban Ocon, em uma das grandes surpresas da temporada.

Mesmo assim, Alonso ainda não tem vaga garantida no grid no ano que vem.

O bicampeão já deixou claro que quer continuar. A Alpine já deixou claro que está contente com seu desempenho. Mas os franceses têm um problema urgente a resolver. Encontrar um lugar para o jovem promessa Oscar Piastri, cujo acordo com o time acaba caso ele não esteja no grid no ano que vem. Ao mesmo tempo, eles já têm Esteban Ocon sob contrato.

Piastri foi campeão em praticamente tudo o que andou, incluindo um título na F3 como estreante e um na F2 também em seu primeiro ano. Há meses, a Alpine tenta um acordo com a Williams para emprestá-lo ao time inglês, e o chefe Jost Capito já disse que essa é uma possibilidade. No entanto, o crescimento de Logan Sargeant, novato e vice-líder da F2, e ainda por cima norte-americano em um momento no qual a F1 está mais popular do que nunca na América, é uma ameaça a este acordo. Afinal, Sargeant é piloto Williams.

A renovação de Alonso era dada como certa por alguns meios no final de maio. Mas é fácil entender como o crescimento de Sargeant pode ter efeito negativo nas aspirações do espanhol de continuar na Fórmula 1. Ainda mais agora com o anúncio da aposentadoria de Vettel. Ano passado, o espanhol entrou no hall dos pilotos sondados para substituir Vettel antes de sua renovação, e agora novamente está entre os cotados para ir para a Aston Martin.