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Mesmo badalada e com casa cheia, estreia do GP de Miami na F1 deu prejuízo

Torcedores vibram com volta de Max Verstappen no GP de Miami - REUTERS/Marco Bello
Torcedores vibram com volta de Max Verstappen no GP de Miami Imagem: REUTERS/Marco Bello

Colunista do UOL

14/05/2022 04h00

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A estreia do GP de Miami teve casa cheia, com 85 mil ingressos vendidos em cada um dos três dias de evento, sendo que as entradas VIP, com valores de 12 a 16 mil dólares (60 a mais de 80 mil reais), estavam entre as mais caras cobradas em todo o calendário da Fórmula 1. Mesmo assim, o co-promotor da prova admitiu que as contas do evento ficaram no vermelho.

Tom Garfinkel, CEO do Miami Dolphins e do Hard Rock Stadium, ao redor do qual o circuito foi construído, co-promoveu o evento junto da Liberty Media, dona da Fórmula 1, disse que os custos aumentaram tanto que a expectativa de lucro se frustrou.

"Se você tivesse me perguntado seis meses atrás, eu diria que ganharíamos dinheiro com base na direção que as receitas estavam indo", disse Garfinkel à Motorsport. "Mas com base na direção das despesas, não vamos conseguir lucro este ano. No entanto, foi muito importante para nós fazermos um grande evento. As despesas excederam em muito nossas expectativas, mas foi porque estávamos tentando fazer tudo o que podíamos da melhor maneira possível para representar o que é a F1 e o tipo de evento que queríamos entregar".

Embora Garfinkel diga que as despesas foram maiores que o esperado para que o serviço fosse de alta qualidade, a estreia do GP teve problemas com a alimentação no Paddock Club, área mais VIP da pista, a ponto das próprias equipes terem de alimentar os convidados. E os torcedores que estavam nas arquibancadas reclamaram do serviço e da falta de banheiros suficientes.

Tudo isso será avaliado para as próximas edições, ao mesmo tempo em que Garfinkel estuda aumentar o número de ingressos vendidos. Em outros circuitos pelo mundo, há a capacidade de mais de 100 mil torcedores por dia, o que aumenta as chances de lucro.

"Certamente tivemos demanda para vender muito mais ingressos, mas quero que as pessoas entrem e saiam daqui, banheiros e todas essas coisas. Quero tentar fazer isso muito bem. Podemos fazer um trabalho melhor nas pontes de acesso? Há questões de banheiros, tráfego, etc., que precisam ser melhoradas? Assim que avaliarmos isso, vamos saber onde podemos crescer. Eu gostaria de chegar a 100.000 por dia. Se pudermos chegar lá no próximo ano, faremos isso. Mas se não sentirmos que podemos fazer isso e dar a todos uma ótima experiência, cresceremos mais lentamente."

O GP de Miami tem contrato com a Fórmula 1 por 10 anos. Tanto esta prova quanto a de Las Vegas representam uma aposta da Liberty Media, que detém os direitos comerciais da F1. Ao invés de cobrar taxas milionárias pelos eventos, eles assumem o risco por eventuais perdas como promotores. No caso de Miami, é uma co-promoção. Em Las Vegas, a F1 é a responsável.