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Como a Red Bull virou para cima da Mercedes e o que esperar do GP dos EUA

Lewis Hamilton vai largar em segundo no GP dos EUA - Mercedes
Lewis Hamilton vai largar em segundo no GP dos EUA Imagem: Mercedes

Colunista do UOL

24/10/2021 04h00

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Em mais um capítulo de um campeonato marcado por viradas, a Red Bull saiu de um déficit de quase um segundo no primeiro treino livre para o GP dos Estados Unidos para fazer a pole com Max Verstappen. O holandês terá seu rival Lewis Hamilton largando ao seu lado na corrida que começa às 16h (de Brasília) de hoje (24).

Verstappen tinha motivos para estar apreensivo em relação ao rendimento da Red Bull em Austin, depois de ter sido batido de forma convincente na corrida anterior, na Turquia. Em uma pista em que, em teoria, a expectativa era de uma disputa equilibrada, a Red Bull não conseguiu se encontrar com o acerto do carro e não ameaçou a vitória da Mercedes.

Nos Estados Unidos, as coisas não começaram muito bem para o time do líder do campeonato, com a Mercedes dominando o primeiro treino livre. Mas eles foram fazendo mudanças dali em diante que foram melhorando o comportamento do carro e ainda cresceram ao longo da classificação, enquanto a Mercedes foi em um caminho inverso, como explicou Hamilton.

"Diria que as coisas ficaram mais difíceis a partir do primeiro treino livre. Fizemos muitas mudanças para tentar melhorar o carro, mas está sendo um desafio, e não acho que começamos bem a classificação. Minhas duas últimas voltas foram boas, mas eles cresceram muito desde o primeiro treino livre."

It's @Max33Verstappen's ninth pole of 2021!#USGP #F1 pic.twitter.com/gp7RIlrOaf

Mas o que isso quer dizer para a corrida? O fato de os dois carros terem mudado bastante desde que os pilotos fizeram sua simulação de prova mais significativa, na sexta-feira à tarde, torna difícil responder essa pergunta. Nesta simulação, a Mercedes foi bastante superior, mas Verstappen lembrou que foi atrapalhado pelo trânsito e tem um carro muito melhor agora. "Principalmente quando eu coloquei o pneu médio, o comportamento estava muito bom", disse o piloto, citando o composto com o qual vai começar a corrida.

Como tem sido de praxe na temporada, é difícil apontar um favorito porque Verstappen e Hamilton têm em mãos equipamentos com qualidades diferentes. A pista de Austin tem dois grandes pontos de ultrapassagem na freada da curva 1 e da 12, depois das duas retas do circuito. De um lado, a Red Bull lida melhor com as ondulações da última curva e da 11, já que tem uma suspensão mais macia que a Mercedes, e consegue tracionar bem melhor. De outro, os alemães têm mais velocidade no final da reta (quase 5km/h a mais que a Red Bull), então é difícil apontar quem vai se sobressair.

A chave será o cuidado com os pneus, já que a F1 nunca correu com tanto calor em Austin, com temperaturas perto dos 30ºC, e os pilotos têm relatado que o asfalto está menos aderente. Estes dois fatores geram superaquecimento dos pneus, o que diminui sua vida útil e é pior para o piloto que está seguindo um rival de perto.

É esperado que o GP dos Estados Unidos seja uma corrida de duas paradas, e isso aumenta a possibilidade de a Red Bull usar Sergio Perez, que larga em terceiro, para atacar Hamilton, que deve correr "sozinho', já que Valtteri Bottas se classificou em quarto, mas vai largar em nono devido a uma punição pela troca do motor.

Tudo isso, claro, se Verstappen e Hamilton passarem da primeira curva, que costuma fazer suas vítimas em Austin. O pole position larga do lado limpo, da trajetória normal, à direita, mas a primeira curva é para a esquerda. Por conta disso, o piloto que saiu da segunda posição liderou a terceira volta em três das últimas cinco corridas nos EUA. E, em se tratando de Hamilton e Verstappen, que já se tocaram algumas vezes na temporada, é de se esperar uma largada tensa.