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Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Com Verstappen e Hamilton próximos, sprint deu dicas do que esperar no GP

Max Verstappen à frente de Lewis Hamilton na classificação sprint do GP de Silverstone - Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images
Max Verstappen à frente de Lewis Hamilton na classificação sprint do GP de Silverstone Imagem: Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Colunista do UOL

17/07/2021 17h00

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A estreia do sprint neste sábado na Fórmula 1 acabou sendo um aperitivo para o que pode ser a corrida deste domingo: nas 17 voltas da sessão que definiu o grid para o GP da Grã-Bretanha, Max Verstappen superou Lewis Hamilton na largada e chegou em primeiro, garantindo a pole. Mas a história poderia, muito bem, ter sido a inversa, tamanho o equilíbrio que Red Bull e Mercedes demonstraram nesta pista.

"Pegar a liderança nesta pista é muito importante por causa das curvas de alta velocidade", explicou o líder do campeonato que, de quebra, marcou mais três pontos e abriu mais um de vantagem para Hamilton, chegando a 33. "Nós éramos mais rápidos nas curvas, mas perdíamos um pouco nas retas, o que dificultou minha defesa na primeira volta, mas depois foi uma questão de administrar o ritmo até o final."

De fato, Hamilton só conseguiu atacar Verstappen no início do sprint, ao perceber que, mesmo que seu carro estivesse configurado para ser mais rápido nas retas, a turbulência era tão grande nas curvas rápidas, como apontou Verstappen, que não fazia sentido arriscar em uma corrida que apenas definiu o grid para o GP.

"Até que não está faltando velocidade de reta, mas é difícil seguir esses caras, eles são muito rápidos. Se eu tivesse conseguido ficar na frente na largada, poderia ter ficado lá. Mas, assim que você fica atrás de uma Red Bull, é o fim. Não há nada de errado com o carro, minha sensação é boa. Para amanhã, ter uma boa largada seria bom", reconheceu Hamilton, mais lento que seu rival nos primeiros metros da prova.

Juntando o fato de a turbulência dificultar seguir um rival de perto em Silverstone e a melhora da velocidade de reta do carro de Hamilton neste fim de semana, em que ele escolheu uma configuração com menos arrasto, enquanto a Red Bull - um carro que, geralmente, é bem melhor nas retas - está colocando mais asa para ganhar aderência nas curvas e cuidar melhor dos pneus, dá para entender de onde vem a confiança do inglês de que ele poderia ter se mantido à frente.

Sprint mostrou que pneus vão sofrer no GP

É por isso que a largada, novamente, será muito importante na corrida que começa às 11h da manhã, pelo horário de Brasília. Mas, com 52 voltas ao invés das 17 do sprint, um outro ingrediente vai influenciar na disputa entre Hamilton e Verstappen: os pneus. E, também neste quesito, o sprint serviu como um aperitivo.

"Max teve bolhas no dianteiro direito e eu tive nos dois dianteiros. E até por lembrar do que aconteceu ano passado, eu preferi me afastar um pouco e focar na corrida de domingo", disse Hamilton, se referindo à última volta do GP da Grã-Bretanha de 2020, quando um de seus pneus estourou e, mesmo assim, ele venceu a prova. "Esses pneus continuam sendo um problema, mesmo que nós tenhamos pressões mínimas muito altas porque eles temem que eles estourem."

hamilton - Andrew Boyers/Pool via Getty Images - Andrew Boyers/Pool via Getty Images
Hamilton lembrou de estouro de pneu que sofreu em Silverstone ano passado
Imagem: Andrew Boyers/Pool via Getty Images

O desânimo de Hamilton com os pneus tem explicação, já que sua opção por menos arrasto significa que seu carro tende a escorregar mais nas curvas. Mas mesmo Verstappen disse ter sentido vibrações dos compostos médios mesmo em uma sessão de apenas 17 voltas e em que os carros estavam bem mais leves.

"Como vai estar ainda mais quente amanhã, isso quer dizer que vamos ter bolhas. Não tem outro jeito, precisamos cuidar deles da melhor maneira possível e lidar com isso. Por causa das vibrações, o pneu não te dá muita confiança nas regras, mas é o mesmo para todos."

Isso pode mexer com a estratégia da prova, já que era esperada uma prova com apenas uma parada, trocando os médios pelos duros, mas a onda de calor na Inglaterra misturada com as curvas de alta velocidade de Silverstone pode mudar esse cenário.

Quem vai precisar forçar os pneus é Sergio Perez, que vai largar em último depois de ter rodado sozinho no sprint e, depois, abandonado, no que ele classificou como "um sábado muito triste", falando de sua própria performance.

russell - GABRIEL BOUYS/AFP - GABRIEL BOUYS/AFP
Russell foi punido e larga fora do top 10 neste domingo
Imagem: GABRIEL BOUYS/AFP

Outro que saiu perdendo do sprint foi George Russell, que levantou a torcida inglesa depois de ser oitavo com a Williams na tomada de tempo de sexta, e terminou a sprint em nono, mas levou uma punição de três posições por ter colidido com Carlos Sainz na primeira volta e vai largar em 12º. Russell tem feito ótimas classificações, mas ainda não conseguiu pontuar com a Williams na carreira.

Por outro lado, os dois pilotos que mais elogiaram o novo formato foram Fernando Alonso e Esteban Ocon, da Alpine. Os dois foram eliminados no Q2 na sexta-feira, mas agora vão largar dentro da zona de pontuação no GP: Alonso ganhou seis posições na largada e acabou chegando em sétimo, e Ocon agora vai largar em nono depois da punição de Russell.