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O histórico de zica que faz Russell ser o piloto mais azarado da Fórmula 1

George Russell ao lado do companheiro de Williams Nicholas Latifi - Williams/Divulgação
George Russell ao lado do companheiro de Williams Nicholas Latifi Imagem: Williams/Divulgação

Colunista do UOL

07/07/2021 04h00

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Um piloto que venceu em todas as categorias em que correu, desde o kart, que dominou a única corrida em que teve um carro capaz de vencer na F1, que está acostumado a impressionar com suas performance em classificações, é apoiado pela Mercedes e visto como sucessor natural de Lewis Hamilton, mas que falhou ou teve azar em todas as oportunidades de conquistar resultados relevantes em suas 46 largadas até aqui, George Russell perdeu outra chance no GP da Áustria, no último domingo (4). Largando em oitavo e com a melhor estratégia de pneus para a prova, ele não conseguiu pontuar.

Russell está fazendo sua terceira temporada na F1 pela Williams, em um dos quatro piores carros do grid. Como suas classificações são muito boas, ele teve algumas oportunidades de pontuar com o time inglês, o que seria um feito, mas sempre bateu na trave.

O pior aconteceu quando ele teve a chance de substituir Lewis Hamilton, que pegou covid-19 e perdeu o GP de Sakhir. Russell saiu em segundo no grid e vinha dominando a prova até que um erro no pit stop da Mercedes, e depois um furo no pneu, fizeram com que ele marcasse seus únicos três pontos na carreira até aqui, mas chegando apenas na nona colocação.

No último fim de semana, ele repetiu seu melhor resultado com a Williams, um 11º lugar, que significa que seu time está à frente da Haas nesta temporada. Ele já tinha sido 11º no GP da Toscana do ano passado.

Desta vez, largando em oitavo e com os pneus médios, ou seja, podendo fazer a corrida sem usar os macios, que durariam pouco e que teriam que ser utilizados por seus rivais diretos, Russell acreditava que deveria "mirar, no mínimo, nos pontos, porque nossa posição é muito forte". Porém, no domingo, ele perdeu quatro posições na largada, optando pelo lado de dentro na curva 3 e sendo superado por outros carros que estavam na mesma estratégia dele. O inglês de 23 anos até chegou a andar em décimo, na última posição nos pontos, mas foi ultrapassado por Fernando Alonso após uma batalha dura, que impressionou o bicampeão. "Ele endureceu tanto que parecia que estava brigando pelo título!", disse o espanhol, que foi cumprimentá-lo logo depois que saiu do carro.

A vontade de Russell em mostrar serviço tem motivos: a Mercedes tem no momento uma vaga em aberto ao lado de Hamilton em 2022, e ele é o grande candidato caso o contrato com Valtteri Bottas não seja renovado. E ele também quer dar um basta na sequência de oportunidades perdidas.

Em quais corridas Russell poderia ter pontuado?

No GP da Estíria, Russell largou em décimo também com a melhor estratégia para a corrida e vinha bem, chegando a andar em oitavo, até seu carro ter um problema no motor, que o fez abandonar a prova.

Na segunda etapa do ano, em Imola, Russell vinha nos pontos mas, quando tentava ultrapassar Bottas na briga pela nona colocação, houve um toque que tirou ambos da prova, e pelo qual o inglês acabou assumindo a culpa.

acidente imola - Reprodução/Twitter @Formula1 - Reprodução/Twitter @Formula1
Russell e Bottas sofrem acidente na curva Tamburello
Imagem: Reprodução/Twitter @Formula1

Ano passado, Russell também perdeu algumas oportunidades. Na etapa de abertura, na Áustria, houve muitos abandonos e a Williams teria chance de pontuar, mas Russell teve uma queda de pressão de combustível e foi um dos que ficaram pelo caminho.

No GP da Toscana, o inglês passou mais da metade da corrida na zona de pontuação. Foi uma corrida interrompida com bandeiras vermelhas, e que teve relargadas no grid, ou seja, paradas. Na última delas, ele saiu mal da nona posição e perdeu posições.

Em Imola, ele talvez tenha vivido seu pior momento na F1: durante um período de Safety Car e com pneus desgastados, rodou sozinho. A prova já estava na sua parte final, ele era décimo e estava na frente de Kimi Raikkonen, que acabou sendo nono naquela corrida.

E em 2019, quando o rendimento da Williams era bem pior que o atual, Russell teve uma chance no GP da Alemanha, sob chuva. Foi a única vez que a equipe pontuou desde que o inglês chegou, mas quem conquistou esse ponto foi seu então companheiro, Robert Kubica. O polonês ultrapassou Russell com 14 voltas para o fim depois de um erro da jovem promessa.

A próxima chance do inglês será em casa, no GP da Grã-Bretanha, que será disputado dia 18 de julho.