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Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

F1: O que muda entre os dois GPs na Áustria e como a Mercedes pode reagir?

Hamilton e Bottas se cumprimentam após o GP da Estíria - Mercedes
Hamilton e Bottas se cumprimentam após o GP da Estíria Imagem: Mercedes

Colunista do UOL

30/06/2021 04h00

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A Mercedes sofreu sua derrota mais marcante no Red Bull Ring no último domingo, quando Max Verstappen e a Red Bull foram soberanos tanto na classificação, quanto na corrida, abrindo 17s para Lewis Hamilton antes que o inglês fizesse sua segunda parada buscando o ponto pela volta mais rápida. E a próxima etapa, já neste fim de semana, será no mesmo palco. É possível esperar algo diferente ou os heptacampeões devem focar em apenas marcar o máximo de pontos que puderem e esperar por circuitos melhores no restante da temporada?

A lógica diz que a Red Bull já seria favorita nas duas corridas da Áustria, pista em que a Mercedes não tem bom histórico e na qual as potenciais vantagens que costuma ter, nas curvas de alta velocidade e no desgaste de pneus, não fazem tanta diferença. Junte-se a isso o fato de a Red Bull ter incorporado novidades no carro (a principal delas, um novo assoalho) e o favoritismo inicial se tornou uma performance dominante de Verstappen para abrir 18 pontos de vantagem na liderança do campeonato.

Para a segunda prova austríaca, haverá uma mudança importante nos pneus: ao invés da gama intermediária (C2, C3 e C4) serão usados os compostos mais macios da Pirelli (C3, C4 e C5). Historicamente, a Mercedes tem dificuldade em colocar o C5 na temperatura correta na classificação, e isso poderia atrapalhar ainda mais a performance do time no sábado. Porém, este pneu não deve ser utilizado no domingo pelos carros mais velozes.

No GP da Estíria, a primeira das provas austríacas, Verstappen construiu a maior parte de sua vantagem na segunda metade da prova, com o composto C2, que não será usado neste fim de semana, o que pode ser a chave para uma corrida mais disputada. E a Mercedes também aposta na compreensão do que deu errado na configuração ousada que eles usaram na semana passada para melhorar o desempenho no GP da Áustria.

"Foi uma corrida muito difícil, nós não tínhamos armas para responder", admitiu o chefe da equipe, Toto Wolff. "Mas nesta temporada a exploração de acertos diferentes, do trabalho com os pneus e a otimização do carro será muito importante."

Essa é a grande aposta da Mercedes não apenas para a próxima corrida, como também para a temporada em si, já que eles não planejam atualizações no carro por estarem já focados na grande mudança que acontece em 2022. Mas o chefe de engenharia do time, Andrew Shovlin, admitiu que eles podem ter exagerado na configuração usada no primeiro fim de semana na Áustria.

"Estamos explorando uma direção bem diferente em termos de acerto do carro, uma abordagem bem radical, que talvez tenha sido melhor para uma volta lançada. Mas a questão é se isso foi ruim para a degradação dos pneus e é isso que temos de entender nos próximos dias."

Também existe a questão do clima. Para os próximos dias, há a expectativa de que as temperaturas não estejam tão altas, o que pode fazer com que carros que se adaptaram à pista mais quente não tenham um desempenho tão bom.

As atividades para o GP da Áustria, nona etapa do ano, começam com os treinos livres na sexta-feira, com previsão de chuvas esparsas e temperatura quase 10ºC abaixo do que no final de semana passado.