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Após estrear na F1 em 2020, Pietro Fittipaldi segue como reserva da Haas

Pietro Fittipaldi se prepara para treinos livres do GP de Abu Dhabi pela Haas - Andy Hone / LAT Images
Pietro Fittipaldi se prepara para treinos livres do GP de Abu Dhabi pela Haas Imagem: Andy Hone / LAT Images

Colunista do UOL

19/02/2021 11h03

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O brasileiro Pietro Fittipaldi seguirá como piloto reserva e de testes da equipe Haas na Fórmula 1 em 2021. Nas duas últimas etapas do ano passado, ele teve a chance de pilotar pelo time norte-americano, substituindo Romain Grosjean depois que o francês sofreu um grave acidente. Fittipaldi entrou no time como piloto de desenvolvimento no final de 2018 e foi alçado ao posto de piloto de testes no início de 2020.

Embora Pietro sempre tenha deixado claro que gostaria de permanecer na Haas e seu trabalho tenha sido elogiado pelo time, havia dúvidas sobre sua continuidade, já que o piloto também tinha o desejo de disputar algum campeonato paralelamente a suas atividades na F1. Desde que começou a trabalhar na Haas, ele tinha se comprometido a focar totalmente na equipe e estar presente em todas as etapas, o que dificultava dividir seu calendário com outras categorias. O neto do bicampeão da F1 Emerson Fittipaldi, contudo, ainda não anunciou se vai conseguir correr em 2021.

"Estou muito feliz por poder continuar por meu terceiro ano com a Haas. Sou grato a Gene (Haas) e Guenther (Steiner) pela oportunidade. Já trabalho com os engenheiros há alguns anos e realmente sinto que somos uma grande família na Haas. É um grande prazer poder continuar trabalhando com a equipe. As duas corridas que corri no ano passado apenas me ajudaram a ganhar ainda mais experiência, e tenho certeza que isso vai me ajudar a ser capaz de contribuir mais para a equipe. Estou realmente animado para a nova temporada e para continuar meu relacionamento com Haas, estaando com eles novamente no Bahrein em março'', disse Pietro.

"Estamos todos muito satisfeitos em continuar nosso relacionamento com Pietro Fittipaldi", afirmou o chefe da equipe Haas, Guenther Steiner. "O papel de piloto de teste e reserva significa que você pode ser chamado para pilotar em um prazo muito curto e esse acabou sendo o caso de Pietro no Bahrein no final de 2020. Apesar das demandas de pilotar tendo tido pouco tempo para se preparar, ele sem dúvida fez um trabalho sólido para nós - lembrando que ele nem tinha testado o VF-20. Ele comprovou ter paciência, fez o que lhe foi pedido - terminou as corridas do Bahrein e Abu Dhabi. Essa experiência de corrida em primeira pessoa só servirá para agregar valor em termos do que ele pode trazer para a equipe em sua função nesta temporada. Estamos felizes em trabalhar com Pietro e tê-lo conosco novamente."

Com a quantidade de testes bastante limitada nesta temporada como forma de controlar os gastos (a pré-temporada terá apenas três dias, ao invés de seis a oito) e dois estreantes - Mick Schumacher e Nikita Mazepin - como titulares na Haas, Pietro não deve ter muitas chances de pilotar o carro, mas os reservas seguem valorizados com a pandemia ainda preocupando a todos. Entre os 20 pilotos do grid, inclusive, seis já foram infectados com o coronavírus.

Mas a chance que Fittipaldi teve de se tornar o primeiro brasileiro a alinhar no grid da F1 em três anos no final de 2020 foi por outro motivo: Romain Grosjean sofreu queimaduras graves nas mãos após um acidente impressionante na antepenúltima etapa, o GP do Bahrein. E a Haas, que tinha dois pilotos reservas, escolheu o brasileiro para substituir o piloto francês, que divulgou recentemente estar indo para a Indy em 2021.

A categoria norte-americana era o primeiro objetivo de Pietro para este ano, mas logo ficou claro que seria muito difícil competir na Indy e manter-se na Fórmula 1, especialmente com as restrições de viagens por conta da pandemia, e pela realidade financeira.

Como substituto de Grosjean, Fittipaldi completou as duas corridas e, mesmo tendo chegado em último lugar com um carro que só pontuou em três oportunidades na temporada, demonstrou evolução entre uma corrida e outra.

''Ele fez um bom trabalho'', disse o chefe da Haas, Guenther Steiner, após o GP que encerrou a temporada em Abu Dhabi. ''O ritmo dele no carro foi ficando cada vez melhor. Acho que é difícil porque ele não tinha pilotado nada por oito ou nove meses, então é complicado mesmo. Ele mostrou que pode fazer um bom trabalho.''

Com a confirmação de Fittipaldi continuando como reserva da Haas, o Brasil terá cinco representantes nos finais de semana de Fórmula 1 ao longo do ano, já que estarão correndo nas categorias de base Felipe Drugovich e Gianluca Petecof na Fórmula 2, Caio Collet na Fórmula 3 e Bruna Tomaselli na W Series.

A temporada da F1 começa dia 28 de março, com o GP do Bahrein, e a F2 faz sua primeira rodada tripla no mesmo final de semana. A F3 só começa em maio, na Espanha, e a W Series tem a etapa inaugural em julho, na Áustria. Estas três categorias vão se revezar fazendo as corridas de abertura da Fórmula 1 ao longo das 23 provas programadas para o campeonato.