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Mercedes paga mais de R$ 24 milhões por inscrição na F1. Mas faz economia

Lewis Hamilton comemora com funcionários da Mercedes a vitória no GP da Turquia - Pool/Getty Images
Lewis Hamilton comemora com funcionários da Mercedes a vitória no GP da Turquia Imagem: Pool/Getty Images

Colunista do UOL

27/01/2021 14h26

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A temporada reduzida devido à pandemia em 2020 fez as equipes da Fórmula 1 economizarem nas taxas de inscrição milionárias que são obrigadas a pagar anualmente para a Federação Internacional de Automobilismo, a FIA. No caso da campeã Mercedes - que é, de longe, quem mais paga - o saldo positivo supera em 1 milhão de dólares (o equivalente a mais de 5.4 milhões de reais) a quantia paga para o campeonato passado. Essa é pelo menos uma boa notícia para os times, ainda que esteja longe de compensar a queda de arrecadação de 2020.

A taxa de inscrição é calculada somando-se uma quantia básica a outra taxa por cada ponto conquistado (que é mais alta para o time campeão). Então, mesmo dominando a temporada 2020, a Mercedes terminou o ano com menos pontos que em 2019, já que o calendário contou com 17 provas ao invés das 21 disputadas em 2019. E, com isso, pagou menos para ter o direito de disputar a temporada de 2021, que começa com o GP do Bahrein, dia 28 de março.

A conta é a seguinte: a campeã paga 569.308 dólares e mais 6.830 dólares por ponto somado. Então o total da Mercedes foi de US$ 4.482.898 (o equivalente a mais de 24 milhões de reais). Pode parecer muito, mas ficou bem abaixo dos quase 5.5 milhões de dólares (quase R$ 30 milhões) de 2019. Isso, mesmo com os valores sendo reajustados em 2.3%, tendo como base a inflação norte-americana.

Essa economia se repete nas outras equipes do grid, em que os valores variam um pouco: são 5.691 dólares (mais de 30 mil reais) por ponto, mais de mil dólares a menos que o cobrado da campeã. A maior redução, claro, foi da Ferrari, que caiu do vice-campeonato para o sexto lugar após uma campanha muito abaixo do esperado em 2020, e pelo menos leva como 'prêmio de consolação' o fato de ter uma redução bastante significativa, de US$3,360,261 (mais de 18 milhões de reais) para US$1,314,829 (R$ 7 milhões).

Apenas três equipes pagaram menos de um milhão de dólares de inscrição para 2021: Alfa Romeo com US$614,836 (cerca de R$ 3.3 milhões), Haas com US$586,381 (mais de 3 milhões de reais) e até a Williams, que não pontuou, desembolsou a taxa básica de mais de meio milhão de dólares.

Levando em consideração que, em 2021, a Fórmula 1 passa a utilizar um teto orçamentário para as equipes de 145 milhões de dólares (que, inclusive, exclui os salários mais altos e custos com marketing, por exemplo), não se trata de uma economia tão significativa para as equipes. O mesmo, contudo, não se pode dizer sobre quem recebe esses recursos: a FIA dá a chancela para que o campeonato da Fórmula 1 aconteça, mas não tem o controle financeiro da categoria, cujos direitos comerciais pertencem atualmente à empresa norte-americana Liberty Media.

E a federação entra em 2021 sem saber se os valores vão voltar a subir ano que vem. Em tese, eles superarão os patamares de 2020, já que a F1 tem um calendário recorde, de 23 corridas, programado para este ano. Mas é claro que tudo depende da evolução da pandemia e se haverá a possibilidade de visitar os quatro continentes em que há GPs programados em 2021.