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Romain Grosjean é liberado do hospital três dias após acidente no Bahrein

Grosjean publicou foto no hospital um dia após grave acidente na Fórmula 1 - Reprodução/Instagram
Grosjean publicou foto no hospital um dia após grave acidente na Fórmula 1 Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

02/12/2020 04h46

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O piloto Romain Grosjean foi liberado do hospital militar militar na manhã desta quarta-feira depois de três noites em tratamento. O francês sofreu queimaduras nas mãos depois de ficar por 28s em meio ao fogo durante acidente na primeira volta do GP do Bahrein, no último domingo.

A equipe Haas informou que vai continuar seu tratamento no Bahrein, com a intenção de correr na última corrida do ano, em Abu Dhabi, dia 13 de dezembro. Na etapa deste final de semana, também no Bahrein, ele será substituído pelo brasileiro Pietro Fittipaldi, que faz sua estreia na categoria.

Grosjean publicou uma foto de sua mão direita na manhã desta quarta-feira, e descreveu sua felicidade ao saber que não precisava mais utilizar a proteção mais pesada e que poderia usar seus dedos normalmente foi "enorme. Eu quase chorei. Foi uma vitória no meio caminho rumo à recuperação."

Os médicos elogiaram ao chefe da Haas, Guenther Steiner, que esteve no hospital, a recuperação do francês, e explicaram que ele só passou uma noite além do previsto inicialmente no hospital para certificar-se de que estaria em um ambiente totalmente limpo, evitando infecções.

Após um toque, seu carro atingiu o guard rail a 221km/h com um ângulo tal que furou a proteção. Seu cockpit entrou no meio do guard rail e se separou da parte traseira, expondo o tanque de combustível e gerando um incêndio. O resgate chegou imediatamente, mas Grosjean conseguiu sair sozinho do carro em chamas.

Ainda no hospital, Grosjean deu depoimentos impressionantes sobre o acidente, e disse que viu "a morte chegando". "Pareceu muito mais que 28 segundos. Vejo meu visor ficando todo laranja, vejo as chamas no lado esquerdo do carro. Pensei em muitas coisas, incluindo Niki Lauda [que quase morreu em acidente também com incêndio de grandes proporções, em 1976], e pensei que não era possível acabar assim, não agora. Não consegui terminar minha história na Fórmula 1 assim", contou o piloto. "E então, pelos meus filhos, disse a mim mesmo que tinha de sair. Coloquei as mãos no fogo, por isso senti claramente que queimava nos chassis. Eu saí, senti alguém me puxando, então eu sabia que estava fora [do fogo]."

O fato de Grosjean ter escapado de um acidente tão grave com apenas queimaduras nas mãos atesta como a Fórmula 1 evoluiu em termos de segurança ao longo das décadas. Uma série de artefatos e procedimentos ajudaram para que o piloto não batesse a cabeça e ficasse desacordado, o que dificultaria muito o resgate, uma vez que ele saiu sozinho do carro em chamas. Ainda assim, a categoria anunciou que vai fazer um estudo detalhado para entender como um carro pôde furar um guard rail e por que ele pegou fogo, além de estudar melhorias nos procedimentos.

As luvas, por exemplo, são feitas de um material mais fino do que o macacão, para evitar que o piloto perca sensibilidade ao volante, mas isso pode ser revisto depois das queimaduras sofridas por Grosjean.