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Hamilton explica por que ainda não tem contrato com a Mercedes para 2021

Lewis Hamilton, da Mercedes, com camiseta antirracismo antes do GP de Silverstone - Mark Thompson/Getty Images
Lewis Hamilton, da Mercedes, com camiseta antirracismo antes do GP de Silverstone Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Colunista do UOL

27/08/2020 12h56

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Não é normal um piloto do calibre de Lewis Hamilton não ter contrato para a temporada seguinte no final de agosto. E, pelo que o inglês vem dizendo, a definição das bases para seu novo acordo com a Mercedes pode demorar mais algumas semanas ou até meses. E, ainda que o piloto diga que tudo não passe de um refinamento em relação ao acordo que está em vigor, tudo indica que ele aguarda a definição de seu chefe, Toto Wolff.

Nesta quinta-feira, em Spa-Francorchamps, onde disputa a sétima corrida da temporada neste final de semana, Hamilton disse que, a cada contrato, que negocia, precisa se certificar de que seus valores e os da equipe permanecem os mesmos. É o hexacampeão que negocia seus próprios contratos, sem a intermediação de empresários, desde a primeira renovação com a Mercedes, em 2015.

"Eu tive muita sorte. Tenho negociado meus últimos contratos e, a cada vez, aprendo mais durante o processo. Não quero só continuar fazendo a mesma coisa, então é claro que trabalho em todos os detalhes e faço minhas diligências para me certificar de que vamos continuar crescendo enquanto equipe, e que nossos valores vão continuar alinhados, nossas ambições e metas. Então eu vejo tudo para que a relação possa ficar melhor e para que ambos possamos tirar mais do contrato - performance com os patrocinadores, performance nas pistas, mais tempo com os engenheiros, no simulador, são várias coisas diferentes. E, depois de definir todos esses detalhes, é quando chegamos às grandes questões", explicou o inglês, referindo-se ao salário.

Ele deixou claro que a confiança que tem em Toto, que é seu chefe desde 2013 e tem sido fundamental para sua evolução ao longo dos anos, permitindo que ele tenha outras atividades extrapista nem sempre comuns aos pilotos, que vão do trabalho com moda a saltos de paraquedas, é importante nestas negociações.

"Como eu e Toto estamos juntos fazendo isso há muito tempo, é uma experiência boa. E depois bebemos algo juntos. Tudo o que sei é que tenho que levar tequila para dar uma dose para ele. Ou talvez eu devo dar tequila para ele antes!", brincou o piloto.

Hamilton chegou à Mercedes em 2013, depois de assinar por três temporadas. A primeira renovação foi de três anos, até o final de 2018. E a segunda, de dois. Isso porque os contratos de todas as equipes com a própria F1 acabavam ao final de 2020 e foram renovados recentemente, o que assegura o futuro da Mercedes na categoria até pelo menos 2025.

Mas há uma coisa que pode mudar no time que venceu os últimos seis campeonatos: o comando. Toto Wolff disse há duas semanas que não tem certeza se continuará no comando da Mercedes. Ele tem 5% das ações da Williams e também comprou participação na montadora Aston Martin, que dará nome à Racing Point a partir do ano que vem.

"Eu realmente curti os anos em que estive na F1 neste papel [de chefe da Mercedes] e as negociação estão indo bem. Estou feliz com minha relação com a chefia da Mercedes e nos falamos quase todo dia. Há vários fatores que me fazem querer continuar na F1. Por outro lado, é algo que tira muito de você e isso pesa muito nas minhas considerações. No momento, não há motivos para não continuar com a Mercedes, a questão é em qual papel."

Wolff explicou que vem pesando questões pessoais e profissionais. Disse que é muito feliz como chefe da Mercedes, mas não quer que o time vá "de muito bom para bom" pelo que poderia ser um excesso de estabilidade. E lembrou ainda que sua esposa, a ex-piloto Susie Wolff, está indo muito bem como chefe da Venturi na Fórmula E, e isso significa que ambos ficam muito ausentes de casa. Susie e Toto têm um filho de 3 anos, Jack.

Ninguém duvida que Hamilton acabe assinando com a Mercedes, mas a duração do contrato do piloto de 35 anos e seus termos vão depender muito da direção que ele sentir que os grandes dominadores dos últimos anos na F1 vão tomar.