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Pirelli explica falhas nos pneus e mantém escolha para GP de domingo

Lewis Hamilton com o pneu estourado na última volta do GP da Inglaterra, em Silverstone - Andrew Boyers/Pool via Getty Images
Lewis Hamilton com o pneu estourado na última volta do GP da Inglaterra, em Silverstone Imagem: Andrew Boyers/Pool via Getty Images

Colunista do UOL

04/08/2020 11h18

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A fornecedora de pneus da Fórmula 1, a Pirelli, decidiu manter a seleção de compostos de pneus mais macios para a segunda corrida a ser disputada em Silverstone, neste final de semana, mesmo depois que três pilotos sofreram com falhas na corrida do último domingo, entre eles o vencedor, Lewis Hamilton.

Os estudos conduzidos pela Pirelli indicam que os furos nos pneus de Hamilton, Bottas e Carlos Sainz nas voltas finais do GP da Grã-Bretanha foram decorrentes do uso dos compostos por um número elevado de voltas. "O motivo chave para o que aconteceu vem de uma série de circunstâncias individuais que levaram a um uso extremamente longo no segundo jogo de pneus. O segundo período de Safety Car levou quase todas as equipes [com exceção de Romain Grosjean, da Haas] anteciparem suas paradas e fazerem uma sequência particularmente longa até o final, de cerca de 40 voltas, o que significa mais de três quartos do total da corrida em um dos circuitos que mais demandam do pneu no calendário. Além disso, o ritmo dos carros melhorou consideravelmente (a pole position foi 1s2 mais rápida [na verdade, o tempo de Lewis Hamilton foi 0s790 mais veloz que a pole de Valtteri Bottas de 2019]) e isso fez com que as últimas voltas fossem particularmente duras para os pneus [...]. Isso levou os pneus a sofrerem um estresse máximo por inúmeras voltas, resultando em um alto desgaste, o que deixou o pneu menos protegido em relação às forças."

Desta forma, a Pirelli afasta a possibilidade de que detritos tenham causado os problemas nos pneus, reconhecendo que a borracha do pneu se depletou completamente devido às forças exercidas pelas curvas de alta velocidade do circuito de Silverstone. A empresa italiana não comentou o fato de que as equipes relatam que o limite de voltas recomendado antes da prova para o composto duro, que teve os problemas, era de 40 voltas, e a maioria dos pilotos, incluindo os três que tiveram as falhas, o utilizaram por 37 voltas na corrida, sendo 33 em velocidade normal (ou seja, após a relargada).

A Pirelli também não explicou outra falha de pneu, de Daniil Kvyat, da AlphaTauri, ocorrida com o composto médio após 12 voltas do GP da Grã-Bretanha. O russo bateu em uma das partes de maior velocidade do circuito, e ainda não se sabe se houve algum problema no pneu em si, ou se o pneu teria sofrido alguma avaria anterior, provavelmente em alguma zebra.

A decisão de manter a escolha de pneus mais macios para a segunda corrida em Silverstone, o GP do Aniversário de 70 Anos, vem junto do aumento da prescrição de pressão mínima para os pneus. Aumentar a pressão ajuda na estabilidade estrutural do pneu durante as curvas. Além disso, como as equipes terão a disposição pneus mais macios neste final de semana, a tendência é que façam dois pit stops de qualquer maneira.

Vale lembrar que a Pirelli chegou a fazer um pneu diferente para esta temporada, que foi vetado pelas equipes. O pneu atual foi projetado em 2018 para a temporada 2019 e, de lá para cá, o rendimento dos carros melhoraram consideravelmente, especialmente nas curvas de alta velocidade, bastante comuns em Silverstone. No restante da temporada, a F1 vai passar por outras pistas que estressam bastante os pneus da mesma forma, como Spa e Portimão.