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Sem chuva à vista, como a F1 tenta ter dois GPs diferentes na Inglaterra

Aposta é que a segunda corrida tenha mais pitstops na Inglaterra - Racing Point/Divulgação
Aposta é que a segunda corrida tenha mais pitstops na Inglaterra Imagem: Racing Point/Divulgação

Colunista do UOL

29/07/2020 04h00

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A Fórmula 1 se prepara para duas corridas seguidas em um mesmo circuito pela segunda vez nesta temporada - e na história. Desta vez, serão duas provas em Silverstone, e a categoria espera que os pneus possam garantir que ambas as corridas não sejam previsíveis.

O temor de que especialmente a segunda prova na Inglaterra, que vai ser chamada de GP do Aniversário de 70 Anos, seja previsível devido às informações que as equipes terão depois da realização da primeira corrida, já neste final de semana, é menor agora que a categoria fez duas corridas seguidas em um mesmo circuito. Isso aconteceu nas duas primeiras provas do ano, na Áustria, e o clima acabou fazendo com que os GPs fossem bastante diferentes: enquanto o calor do primeiro domingo pegou muitas equipes de surpresa e fez a prova ser um festival de quebras e falhas, a chuva forte no sábado seguinte gerou uma classificação complicada e muitos pilotos largaram fora de posição na segunda prova.

Curiosamente, em Silverstone, pista conhecida pelas mudanças constantes de clima, pelo menos até aqui a previsão é de que os dois finais de semana sejam razoavelmente parecidos, com o céu encoberto e temperaturas razoavelmente baixas para esta época do ano, com máximas próximas aos 20 graus.

O traçado também não pode ser alterado, já que apenas um dos circuitos possíveis tem a homologação da FIA para receber a F1. E fazer a segunda prova no sentido inverso geraria a necessidade de providenciar muitas mudanças nas áreas de escape, zebras, etc., e não foi uma ideia levada adiante.

Então a grande diferença entre um final de semana e outro será dos compostos de pneus: para o GP da Grã-Bretanha, a primeira das duas provas seguidas em Silverstone, a Pirelli levará os compostos C1, C2 e C3, ou seja, os mesmos do ano passado. Em 2019, a estratégia vencedora foi usar o C2 no começo da prova e o C1 no final, mas com uma diferença: fazia muito mais calor em Silverstone do que é esperado para este ano.

Para o GP do Aniversário dos 70 anos, os compostos serão os C2, C3 e C4, o que pode mudar totalmente o cenário e, inclusive, provocar uma corrida com duas paradas para a maioria dos pilotos. Isso porque, como explica Mario Isola, da Pirelli, as curvas rápidas de Silverstone estressam muito os pneus.

"Com duas corridas no mesmo local, em uma pista que as equipes conhecem bem, era importante tentar inserir um elemento adicional para a segunda corrida, e é por isso que estamos dando um passo com os pneus mais macios no Grande Prêmio do 70º Aniversário. A seleção do primeiro GP foi a mesma que tivemos no ano passado, o que, em termos gerais, deve criar entre um e dois pit stops. Para a segunda corrida, dependendo da estratégia de cada piloto, poderemos ver, principalmente, duas paradas. Colher dados sobre o C4, que enfrentará um grande desafio em Silverstone, será a chave para a segunda corrida, enquanto as equipes obviamente já terão muitas informações sobre o C2 e o C3. Silverstone é caracterizado por grandes cargas laterais que colocam bastante energia nos pneus, por isso, evitar o superaquecimento e o gerenciar as degradações serão especialmente importantes."

Além disso, os pilotos terão outro motivo para irem à pista nos treinos livres: pela primeira vez, eles poderão testar os protótipos que estão sendo desenvolvidos para a temporada 2021 e, como é esperado que não haja pré-temporada ano que vem, toda chance de coletar informações sobre os novos pneus será aproveitada pelas equipes.