Topo

Pole Position

Engenheira zimbabuana que subiu ao pódio bateu 7000 inscritos em concurso

Stephanie Travers, engenheira, primeira mulher negra a subir no pódio da Fórmula 1 - Reprodução/@MercedesAMGF1
Stephanie Travers, engenheira, primeira mulher negra a subir no pódio da Fórmula 1 Imagem: Reprodução/@MercedesAMGF1

Colunista do UOL

13/07/2020 11h07

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Uma engenheira zimbabuana de apenas 25 anos e que foi selecionada para trabalhar na Mercedes após passar por uma seletiva com mais de 7000 inscritos foi a escolhida pelo time para receber o troféu pela vitória no GP da Estíria, vencido por Lewis Hamilton. Stephanie Travers se tornou a sétima mulher, e primeira negra, a receber a fazer parte da cerimônia de premiação na Fórmula 1.

Após a celebração do que foi uma dobradinha da Mercedes no circuito Red Bull Ring, a engenheira disse que estava "muito empolgada, pois é uma oportunidade única na vida." Ela é uma das responsáveis pelo controle de qualidade dos combustíveis e lubrificantes usados pela equipe ao longo do final de semana.

A trajetória de Travers não é das mais comuns na Fórmula 1. Engenheira química, ela foi selecionada em um concurso promovido pela petroleira malaia Petronas, que tem parceria técnica com a Mercedes e fornece combustíveis e lubrificantes para o time. O concurso foi feito em 2018 e ela bateu mais de 7000 inscritos. Nascida no Zimbábue, no sul da África, ela fez toda sua formação acadêmica no Reino Unido. Ela estudou engenharia química na Universidade de Bradford e se especializou no Imperial College de Londres.

Na primeira corrida do ano, a Mercedes já tinha escolhido uma mulher, a engenheira da unidade de potência, a britânica Holly Chapman, para receber o troféu pela vitória.

Tais escolhas não são uma coincidência. Muito em função da pressão exercida por Lewis Hamilton, a Mercedes se comprometeu a focar no aumento da diversidade de seus funcionários. Ao anunciar que trocaria a tradicional pintura prateada pela preta nesta temporada, a equipe apontou que apenas 3% dos funcionários do time eram de minorias étnicas e apenas 12% eram mulheres, e se comprometeu a estudar os motivos que levaram a isso e promover mudanças para mudar esse quadro. E dar visibilidade às minorias é uma forma de mostrar a mulheres, negros e demais pessoas que geralmente não se veem representadas no ambiente europeu e masculino da Fórmula 1, que a categoria também é um caminho possível para eles.