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Além do antirracismo: 5 vezes em que Hamilton mostrou que é mais que piloto

Lewis Hamilton participa de protesto antirracista em Londres - Reprodução/Instagram
Lewis Hamilton participa de protesto antirracista em Londres Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

25/06/2020 04h00

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A cena de Lewis Hamilton em meio a um protesto antirracismo em Londres durante o final de semana foi apenas a última demonstração de engajamento do hexacampeão da Fórmula 1. Além das causas raciais, o inglês de 35 anos é embaixador da Unicef há anos, é vegano e voltado também a questões relacionadas ao meio ambiente, tendo provocado mudanças, inclusive, dentro do mundo do automobilismo.

Nesta semana, a Fórmula 1 anunciou uma campanha chamada We Race As One (corremos como um só, em inglês), voltada à inclusão e a aproximar a categoria de questões que estejam em pauta no mundo, começando pelo apoio aos profissionais que estão ajudando ativamente no combate ao coronavírus. A categoria já tinha lançado, ano passado, um compromisso de sustentabilidade para zerar sua pegada de carbono até 2030.

São iniciativas que muito provavelmente não teriam acontecido não fosse a pressão do piloto inglês, que vem se aprofundando em várias questões especialmente nos últimos anos, como ele mesmo explica. "No final das contas, foi uma questão de perceber qual é seu propósito, quem você quer ser e do que você quer fazer parte. E também você vai envelhecendo e vai entendendo mais coisas sobre o mundo e sobre quais delas você quer focar. Quero ajudar todas as fundações, mas não posso. Então, estou descobrindo onde estão as minhas paixões."

Mudanças na Mercedes e na F1

É fácil questionar um piloto de F1 quando ele passa a fazer campanhas pela sustentabilidade, uma vez que a categoria ainda usa motor a combustão (ainda que a unidade de potência seja híbrida desde 2014), viaja ao redor do mundo, gasta centenas de pneus a cada final de semana de corrida, etc. Hamilton tem consciência disso, mas cobra sua equipe, a Mercedes, e o próprio esporte a tomar medidas para minimizar este impacto, aceitando que, não fosse a plataforma que a F1 lhe dá para chamar a atenção para estas causas, ninguém o ouviria.

"Estou tentando fazer com que Toto [Wolff, chefe da Mercedes] se livre de todos os materiais plásticos da fábrica e produza menos lixo. E agora a equipe também está estudando como eles podem neutralizar sua pegada de carbono", exemplificou Hamilton ao UOL Esporte. E a equipe anunciou recentemente seu plano para fazer justamente isso até o final do ano, algo que o piloto também está tentando fazer com sua própria vida, incluindo o tempo que passa nas pistas e suas viagens.

Documentário sobre veganismo e hamburgueria

Hamilton é vegano há alguns anos e garante que nunca se sentiu tão saudável quanto agora. Ele inclusive abriu, ano passado, uma hamburgueria vegana, a Neat Burger, em Londres, e pretende ampliar o projeto para outros países. "Quem sabe onde podemos chegar? Quem sabe podemos nos tornar o novo McDonald's."

Hamilton também participou do documentário "The Game Changers", disponível na Amazon Prime, e que conta também com Arnold Schwarzenegger, Jackie Chan e Novak Djokovic.

Moda sustentável

hamilton tommy  - Divulgação - Divulgação
Lewis Hamilton posa ao lado de Tommy Hilfiger em lançamento de coleção de roupas
Imagem: Divulgação

Hamilton também é estilista, e assina sua própria coleção na marca Tommy Hilfiger. E uma das buscas do inglês em suas coleções é usar cada vez mais materiais sustentáveis, com o objetivo também de chegar a uma coleção 100% vegana. Suas roupas mais recentes chegaram a 75% de materiais renováveis e 100% de algodão sustentável, ou seja, cujo cultivo não implica no uso de agrotóxicos ou qualquer outra substância tóxica ao meio ambiente.

Visita e doação após incêndios

Hamilton Amazônia - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Postagem de Lewis Hamilton sobre incêndios na Amazônia
Imagem: Reprodução/Instagram

Hamilton também costuma usar suas mídias sociais para alertar sobre desmatamento de florestas. Ele se ofereceu à ONU para ajudar durante a fase mais aguda das queimadas na Amazônia ano passado, e depois doou 500 mil dólares (equivalente a mais de 2,5 milhões de reais) para o combate aos incêndios na Austrália. Quando esteve no país, em março deste ano, o piloto foi visitar as áreas afetadas.

Perto de se tornar o piloto mais vencedor da história da F1 (ele só tem a sua frente Michael Schumacher, que tem sete títulos e oito vitórias a mais), Hamilton quer deixar um legado também fora das pistas. "Eu realmente me importo e quero ter um impacto positivo no mundo. Se puder ajudar uma ou duas pessoas a pensar mais sobre as decisões que elas tomam, estarei feliz."