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F1 deve ficar 'presa' na Europa: saiba quais circuitos podem receber GPs

Max Verstappen venceu o GP da Alemanha de F1 de 2019 - Srdjan SUKI / POOL / AFP
Max Verstappen venceu o GP da Alemanha de F1 de 2019 Imagem: Srdjan SUKI / POOL / AFP

Colunista do UOL

16/06/2020 04h00

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Faltam menos de 20 dias para a Fórmula 1 começar a temporada de 2020, atrasada em mais de três meses pela pandemia do coronavírus. Haverá muitas diferenças: as corridas não terão torcedores ou mesmo cerimônia do pódio, mas o grande desafio da categoria no momento não tem nada a ver com o retorno às pistas, no primeiro GP dia 5 de julho, na Áustria. Com apenas apenas oito provas marcadas até agora, a F1 sequer sabe quando será possível correr fora da Europa.

Quando a primeira parte do calendário foi anunciada, com provas na Áustria, Hungria, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Itália, a ideia era que essa fosse a parte europeia da temporada. Da Itália, a categoria partiria para o que F1 chamou de Eurásia, começando pelo Azerbaijão e Rússia.

Agora, o diretor técnico na F1, Ross Brawn, já admite que pode não ser possível sair da Europa tão cedo. "As coisas estão mudando rapidamente, mas ainda temos tempo", disse Brawn, referindo-se ao fato que a categoria pretende divulgar seu calendário até a estreia. "Temos várias opções diferentes e estamos muito confiantes de que teremos uma boa segunda metade da temporada. Há um plano de contingência de ter de estender a temporada europeia com uma ou duas outras corridas se necessário. Acho que o final da temporada será no Bahrein e em Abu Dhabi pelo que posso ver no momento. Isso já nos dá 10 [contando apenas as provas do Oriente Médio e as oito anunciadas até o momento]. Vamos ver se encontramos cinco ou seis corridas boas para colocar no meio."

Confira as etapas confirmadas até agora

05/07 GP da Áustria
12/07 GP da Estíria (Áustria)
19/07 GP da Hungria
02/08 GP da Grã-Bretanha 09/08 GP do Aniversário de 70 Anos (Silverstone)
16/08 GP da Espanha 30/08 GP da Bélgica
06/09 GP da Itália

Quais são as opções para as provas europeias

Originalmente na temporada, além dos seis circuitos do calendário já divulgado, Holanda, Mônaco e França também faziam parte do campeonato, mas as três etapas foram canceladas devido à pandemia. Portanto, permanecer na Europa após o GP da Itália, dia 6 de setembro, significa acrescentar outros GPs que não aconteceriam neste ano, ou que até mesmo jamais receberam a Fórmula 1, podem ser escolhidos.

Mugello Ferrari teste - REUTERS/Alessandro Bianchi - REUTERS/Alessandro Bianchi
A pista de Mugello é usada pela Ferrari para testes
Imagem: REUTERS/Alessandro Bianchi

Existe uma pressão da Ferrari para que a prova seguinte ao GP da Itália também seja no país. Isso porque é a prova número 1000 da Scuderia na F1, motivo pelo qual, inclusive, o time correrá com o carro SF1000 em 2020. Uma das opções seria realizar a prova no circuito de Mugello, usado pela Ferrari para testes, e que recentemente teve a etapa da MotoGP cancelada, alimentando rumores sobre o que seria a primeira corrida de F1 que o circuito, construído nos anos 1970.

Outra pista que entrou na briga é Imola, que recentemente renovou sua licença para receber eventos como a F1. A pista recebeu o GP de San Marino pela última vez em 2006.

Outro circuito com grandes chances de aparecer no caso da temporada europeia ser estendida é o de Hockenheim, na Alemanha, que tem a vantagem de ter sido usado nos últimos anos na Fórmula 1. Os alemães já negociam com a categoria há meses para receber a prova, pelo menos inicialmente, sem público.

Correndo por fora está o circuito de Portimão, em Portugal. Trata-se de uma pista moderna, construída em 2008, e que também tem o nível máximo da FIA. E também seria uma novidade no campeonato da F1. Os portugueses não recebem uma prova da categoria desde 1996.

Por que é tão difícil para a F1 sair da Europa?

Na última semana, três corridas foram canceladas: Azerbaijão e Singapura são duas corridas de rua, eventos que demandam mais tempo para serem preparados e dependem que a pandemia esteja controlada. E no Japão o governo sinalizou que não vai permitir a realização de eventos internacionais neste ano, barrando a entrada de estrangeiros.

Mas os desafios não têm apenas a ver com os destinos. Correr na Europa, onde todas as equipes são baseadas, é relativamente barato para a F1, então, mesmo o lado negativo de não poder contar com público, acaba compensado pelos ganhos com os direitos de TV e patrocinadores. Já sair da Europa só faz sentido em eventos que gerem mais receita.

E uma maneira fundamental de ter receita é abrir o evento ao público, algo que pode arrastar as decisões sobre o calendário para além do início da temporada. O importante financeiramente para a categoria é que a temporada tenha pelo menos 15 corridas, para validar os contratos de TV em vigor.