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Qual a chance de a F-1 ter Hamilton e Vettel juntos na Mercedes em 2021?

Vettel e Hamilton se conhecem desde as categorias de base do automobilismo - Reprodução
Vettel e Hamilton se conhecem desde as categorias de base do automobilismo Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

15/05/2020 14h46

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Tudo começou quando Sebastian Vettel anunciou sua saída da Ferrari ao final de 2020. O passo seguinte foi dado pelo do chefe da Mercedes, Toto Wolff. Ele disse que não pode ignorar o fato do tetracampeão estar no mercado. O alemão, então, segue com o futuro indefinido, enquanto a Mercedes não tem nenhum piloto confirmado para 2021. Não demorou para os fãs ligarem os pontos: será possível que o time alemão tenha um time dos sonhos com Hamilton e Vettel?

No momento, isso não parece ser uma possibilidade tão forte, mas é vista como a única chance de Vettel seguir na Fórmula 1. Especialmente depois de Vettel ter ficado fora da dança das cadeiras que se seguiu: Sainz saiu da McLaren para ocupar seu lugar na Ferrari, e Ricciardo deixou a Renault para ficar com o cockpit do time inglês.

A história de unir os dois campeões mundiais na mesma equipe não é nova: especialmente nos últimos dois anos, os dois responderam inúmeras vezes aos questionamentos a respeito. Na maioria das vezes, contudo, falava-se em Hamilton ir para a Ferrari, e não o contrário.

Após todos os anúncios desta semana, a curiosdade dos fãs é tanta que até um tweet de fevereiro da equipe Mercedes foi resgatado:

"É Vettel quem não quer ser meu companheiro"

O assunto foi usado várias vezes por Hamilton para alfinetar Vettel. "Ele não quer ser meu companheiro. Eu não me importo, gosto de pilotar contra os melhores", disse o inglês em 2017. O discurso foi o mesmo do ano seguinte, quando eles tiveram uma conversa curiosa na coletiva de imprensa do GP de Mônaco. Hamilton disse que Vettel não o aceitaria na Ferrari "porque tem o direito de vetar pilotos", e o alemão negou que teria problemas em ter Hamilton ao seu lado. E depois disse que "talvez, quando estivermos mais velhos? nunca diga nunca."

O inglês então disse que, apesar de ser difícil ter um companheiro tão forte, é um tipo de desafio que ele aceitaria. "É sempre difícil ter dois alfas na mesma equipe, mas o piloto tem que querer competir contra os melhores. Adoro competir contra os melhores porque isso te força a ir até o limite. Correr contra o Fernando [Alonso, seu companheiro em 2007] e Jenson [Button, companheiro entre 2010 e 2012] e outros pilotos de alto nível com quem a corrida traz à tona o melhor e o pior de você."

Chefe da Mercedes arriscaria harmonia?

Wolff já deixou claro que a prioridade será dada aos dois pilotos atuais, Hamilton e Valtteri Bottas, e sua declaração de que não pode ignorar o fato de Vettel estar no mercado também pode ser entendida como uma forma de pressionar Hamilton a ceder em suas demandas para a renovação.

Também é fato que, depois dos problemas internos causados pela rivalidade entre Hamilton e Nico Rosberg, Wolff passou a defender que a dupla de pilotos da Mercedes tivesse um candidato mais forte ao título de pilotos e outro que ajudasse a equipe a conquistar o mundial de construtores, papel que Bottas tem feito. Por que mudar isso justamente agora que a F1 vai passar por tantas mudanças na parte estrutural, por conta do teto orçamentário e de regulamento?

Um time dos sonhos seria bom para todos

As chances parecem remotas, ainda mais em tempos de dificuldades econômicas, em que seria difícil pagar dois salários de campeões do mundo, mas ter Vettel e Hamilton no mesmo time poderia ser bom para ambos, e também para a Mercedes. Nos últimos três anos, Hamilton teve a seu lado um companheiro que não o forçou de forma consistente. Bater um tetracampeão do mundo traria uma nova dimensão a sua carreira naquele que ele mesmo reconhece que deve ser o último contrato na F1.

Para Vettel, pode ser uma boa chance de se redimir especialmente dos últimos três campeonatos com a Ferrari, marcados por erros. Na Mercedes, ele teria um carro melhor, mais estável, trabalharia com menos pressão, longe da mídia italiana, e teria a chance de andar mais na frente no pelotão, receita que foi positiva para ele na Red Bull.

E a Mercedes, que tem convivido com críticas justamente por ter dominado a F1 nos últimos seis anos, daria aos fãs a chance de ver um embate esperado há anos.