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Ricciardo desiste de projeto da Renault e assina com McLaren para 2021

Mudança da Red Bull para a Renault não foi positiva para Daniel Ricciardo  - Divulgação/Renault
Mudança da Red Bull para a Renault não foi positiva para Daniel Ricciardo Imagem: Divulgação/Renault

Colunista do UOL

14/05/2020 06h00

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A saída de Sebastian Vettel da Ferrari movimentou as peças do mercado de pilotos da F1 para 2021. Com a esperada ida de Carlos Sainz para a vaga do alemão ao lado de Charles Leclerc no time italiano, Daniel Ricciardo foi anunciado pela McLaren como companheiro de Lando Norris na próxima temporada, ficando com a vaga de Sainz, que foi confirmado na Ferrari logo depois. A equipe divulgou que o contrato é de "múltiplos anos", sem especificar a duração.

Ricciardo agradeceu à Renault pela oportunidade e lembrou que a história deles "ainda não acabou, já que estaremos de volta ao grid neste ano. O próximo capítulo ainda não chegou, então vamos terminar este de maneira forte." O anúncio de que ele vai deixar o time, com o qual fechou um acordo milionário em 2018, ocorre menos de 650 dias depois do australiano, que tem sete vitórias na carreira, ter surpreendido o mundo da F1 ao deixar a Red Bull.

Toda essa movimentação está acontecendo antes mesmo de os carros irem à pista para o campeonato de 2020, que teve seu início atrapalhado pelo coronavírus. A expectativa da F1 é de que seja possível fazer a primeira etapa na Áustria, dia 5 de julho.

"Daniel é um vencedor de GPs, que já se provou e tem experiência, comprometimento e energia, o que será algo valioso a ser somado à McLaren em nossa missão de voltar à dianteira do grid. Com Daniel e Lando [Norris] como companheiros, acredito que temos dois pilotos que vão continuar a empolgar os fãs e ajudarão a equipe a crescer", disse o chefe da equipe, Andreas Seidl.

Ricciardo era um dos candidatos à vaga de Vettel na Ferrari, time com o qual vem conversando há anos, mas novamente foi preterido. O australiano tinha apostado na Renault ano passado, mas assinou com os franceses por apenas dois anos justamente sabendo que 14 dos 20 pilotos ficariam sem contrato no final de 2020. Sua estratégia era apostar ou no crescimento da Renault, ou conseguir um lugar em uma equipe grande com a movimentação do mercado.

No final das contas, a Renault acabou decaindo ano passado e perdendo espaço justamente para a McLaren, que teve seu melhor ano desde 2012. Para 2021, a equipe, que hoje usa o motor Renault, terá a unidade de potência mais forte da Mercedes, e a expectativa é de que o conjunto da McLaren fique mais competitivo.

Outro fator que pode ajudar a equipe é a introdução do teto orçamentário de 145 milhões de dólares para 2021, que está para ser votada pelas equipes nos próximos dias. Como este teto deixa de fora as operações de marketing, salários dos pilotos e os outros três mais altos do time, a quantia não fica distante dos 250 milhões de dólares que a McLaren vem gastando, ou seja, a equipe não precisará se adaptar tanto quanto as rivais mais poderosas - Red Bull, Ferrari e Mercedes, que gastam mais de 400 milhões por ano atualmente.

Por outro lado, o CEO da McLaren, Zak Brown, vem alertando sobre a fragilidade financeira da equipe. A empresa vem sofrendo pressões de seus acionistas para apresentar lucros após quase uma década sem vitórias na F1.

Do lado da Renault, o chefe Cyril Abiteboul, reiterou a "confiança de que a temporada 2020 var permitir que conquistemos ainda mais coisas juntos. Nossas ambições na Renault seguem sendo as mesmas." A declaração é importante para afastar rumores de que a montadora possa estar de saída da F1 devido aos resultados aquém do esperado e a crise do coronavírus.

O mercado de pilotos da F1 para 2021 ainda tem várias peças em aberto. A Mercedes não tem contrato com Lewis Hamilton ou Valtteri Bottas para além deste ano, e Sebastian Vettel não anunciou sequer se pretende permanecer ou não na categoria.