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F-1 sofre para remarcar GP da China. E coronavírus vira piada para piloto

Sebastian Vettel, da Ferrari, nos treinos livres para o GP da China - Clive Mason/Getty Images
Sebastian Vettel, da Ferrari, nos treinos livres para o GP da China Imagem: Clive Mason/Getty Images

Colunista do UOL

19/02/2020 11h00

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No primeiro dia de testes coletivos na pré-temporada da Fórmula 1, na falta de grandes dramas na pista, foi o coronavírus que roubou a cena. Enquanto a categoria busca uma solução para o impasse do GP da China, que seria em abril e foi adiado, teve equipe banindo quem tenha estado no país asiático recentemente, enquanto os pilotos pareciam ser os menos preocupados.

Perguntados na coletiva de imprensa se suas equipes tinham lhes dado alguma recomendação especial para evitar a contaminação pelo vírus que já infectou milhares de pessoas, os pilotos Lando Norris, da McLaren, Alex Albon, da Red Bull, e Kimi Raikkonen, da Alfa Romeo, disseram que não. E George Russell aproveitou para brincar, dizendo que ouviu dizer que "não pode fazer sexo com animais". Questionado por seus colegas se foi a Williams que lhe deu a recomendação, o britânico continuou brincando, dizendo que leu isso em um dos tabloides de seu país.

Mas o assunto tem sido tratado com seriedade no paddock. E está causando tensões nos bastidores da categoria, como apurou o UOL Esporte no Circuito da Catalunha, onde estão sendo realizados os testes por seis dias entre este e o próximo final de semana. A grande questão é a tentativa dos promotores do GP da China e da Fórmula 1 em encontrar uma data para a realização do GP após o adiamento, anunciado no início do mês. A chefia da categoria propôs às equipes realizar a prova entre os GPs do Brasil e de Abu Dhabi, em um formato diferente, com apenas dois dias de atividades, ao contrário dos três atuais. Além de garantir que a Fórmula 1 não deixaria de ir a um de seus mercados-alvo, isso seria uma chance de testar o esquema de final de semana que a categoria deve adotar a partir de 2021.

Preocupadas com questões logísticas e com o desgaste de seus funcionários, que teriam de se deslocar por 25 mil quilômetros em três finais de semana seguidos, as equipes rechaçaram inicialmente a proposta.

Encontrar uma data para o GP da China se tornou prioridade, e inclusive mudanças em outras datas estão sendo estudadas. Porém, com a venda de ingressos já tendo se iniciado na maioria das provas, e com a necessidade de um acordo unânime entre as equipes, será difícil encontrar uma solução para o entrave.

Para piorar, a Fórmula 1 tem outra prova marcada em um dos vizinhos da China, o Vietnã. Por enquanto, a prova ainda está confirmada para estrear no calendário no início de abril, mas existe a possibilidade de adiamento caso a crise se agrave. No momento, fala-se nos bastidores que a chance da prova acontecer em Hanói é de 50%.

A preocupação com o vírus também fez a equipe McLaren banir de seu motorhome e garagem qualquer pessoa que tenha estado na China nas últimas duas semanas. Mais de 70 mil pessoas, a grande maioria na China, já foi infectada pelo vírus e o número de mortes já superou 200.