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Não é preciso ser skatista para praticar fingerboard
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Fazer manobras complicadas de skate no park ou no street sem sair de casa, ou do escritório, sem sujar as roupas, ou se machucar, e no final levar seu skate no bolso.
Não é preciso ser skatista para praticar fingerboard, mas se for, a diversão será garantida, como um excelente simulador de manobras da sua imaginação.
Com essas vantagens, os pequenos fingerboards, skates miniaturas que cabem na palma da mão, tem conquistado novos adeptos a cada dia por sua semelhança com os equipamentos originais, e pelas inúmeras possibilidades de se criar simulações de manobras, como se estivesse andando mesmo de skate.
Os fingerboards, como réplicas miniaturas de skate existem desde a década de 60, onde até os anos 80 eram utilizados como chaveiros.
Em 1985, com o documentário da marca americana Powell Peralta "Future Primitive", pela primeira vez os fingerboards quebraram literalmente as correntes que os prendiam aos seus chaveiros e "ganharam vida", com o skatista profissional Lance Mountain mostrando diferentes manobras de skate, com seus skates de dedo em uma pia de banheiro.
Em 1987, a marca Somerville International's Fingerboard foi a primeira fabricante em larga escala desses produtos, e chegou a comercializar inclusive para o Mc Lanche Feliz do Mc Donalds, nos Estados Unidos.
Desde então marcas americanas como Super Mini Boards, Shorty's Digi Decks, DC Shoes, Zoo York criaram suas próprias miniaturas.
Isso até o surgimento da Tech Deck, em 1999, que revolucionou em produção em massa, e surgiu com parcerias com marcas como Speed Racer, Nascar, Heavy Metal entre outras que ajudaram a popularizar a modalidade mundo afora.
Assim, eclodiu um mercado de mini skates que se assemelham a um skate original em tamanho real (escala 1:8), utilizando os mesmos materiais que eles são replicados, com shapes bem elaborados de modelos semelhantes aos profissionais, com chaves de fixação onde é possível ajustar os eixos, apertar as rodas e se preparar para aquela sessão recheada de novas manobras.
Com essa evolução em miniatura, é possível inclusive montar seu próprio centro de treinamento de skate de dedo, com uma variedade de rampas, escadas, corrimãos, street parks e skateparks sendo muitas delas idênticas as da vida real.
De acordo com o site especializado Fingerboarding, nos Estados Unidos um modelo padrão custa entre US$ 40 e US$ 100 (cerca de R$ 250 a R$ 550) a unidade, e lista mais de 120 manobras possíveis de se realizar com fingerboards, sendo algumas explicadas com vídeos.
No ano passado o Campeonato Mundial de fingerboard Fast Fingers, reuniu praticantes de mais de 22 países, para celebrar sua décima edição, e que promete retornar com força em 2022.
Brasil tem mercado próprio e fabricantes de nível internacional
O Brasil não podia ficar de fora da brincadeira, e desde 2010, um jovem empreendedor de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, na época com 21 anos chamado Thiago Fernando Ferreira, levou a sério a oportunidade e resolveu apostar na fabricação de fingerboards totalmente nacionais, e lançou a sua própria marca, a Inove Fingerboards.
"Atualmente produzimos cerca de 500 fingerboards por mês, mas já estamos nos estruturando para dobrar a produção", comenta Thiago que diz ter ficado alucinado quando viu um fingerboard profissional pela primeira vez.
"É uma viagem que temos em nossas mentes em praticar e imaginar como se fossem os picos e as tricks reais. Principalmente quanto acertamos as manobras depois de filmar em câmera lenta", alegra-se ao comentar sua experiência com as miniaturas.
"Durante a pandemia a procura por fingerboards aumentou de uma forma expressiva, pois as pessoas estavam pirando em casa sem muitas atividades, e procuravam algo diferente para fazer que se identificassem", recorda Thiago que teve de aumentar sua equipe para atender a demanda.
A qualidade superior dos seus produtos conquistou vários skatistas e youtubers brasileiros que criaram parceiras como a Inove como Ítalo Penarrubia, os campeões Bob Burnquist e Sandro Dias o Mineirinho, o artista Mateus Verdelho, Rod Filmes, 3S skaters, LB Skate e até um "finger rider" patrocinado, Guilherme Santos.
Hoje, a empresa produz por volta de 1 mil peças variadas de skate de dedo, que variam de fingerboards completos a partir de R$ 134,90 na versão mais simples e o Premium a partir de R$ 177,90.
Ao mesmo tempo oferecem obstáculos a partir de R$ 30,00, até uma escadaria com corrimão por R$ 280,00, em valores para atacado.
Com o preço baixo (em relação ao exterior) a fábrica paulista também tem exportado para os Estados Unidos, Portugal, China e Austrália. Nem mesmo a Tech Deck - maior referência mundial em fingerboards, parece representar ameaça para a marca nacional.
"A Tech Deck ajuda a difundir a prática do fingerboard, mesmo sendo de plástico. Eles não possuem rolamentos nas rodas, além de medidas diferentes dos nossos fingerboards profissionais", avalia.
E para quiser conhecer de perto essas maravilhas em miniatura, de 25 a 28 de novembro, no Complexo Cultural da Funarte (Alameda Nothmann, 1058,em Campos Elíseos), em São Paulo, rola o Fun Arte, evento que reúne skate, arte e cultura, e terá espaço para a prática de fingerboard, com entrada gratuita.
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