Medalhista paralímpico é novidade no time olímpico do atletismo
Gabriel Garcia vai duas vezes a Paris este ano. Primeiro, para talvez disputar as Olimpíadas. Depois, para correr as Paralimpíadas, como guia de uma corredora cega. Ele foi a grande novidade na convocação do atletismo, nesta segunda-feira (8), e ganhou vaga em meio a uma polêmica.
Um quase xará dele, Hygor Gabriel, foi prata no Troféu Brasil nos 100m e deveria ser o quinto homem do revezamento 4x100m do Brasil nas Olimpíadas. Mas ficou fora porque não atende a um critério de elegibilidade imposto pela World Athletics ao Brasil: ter sido submetido a três exames antidoping surpresa de setembro do ano passado para cá.
A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) anunciou que vai recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) e, se conseguir a vitória, Hygor entraria no time. Por isso, por enquanto, a convocação de Gabriel é com asterisco, já que ele é o sexto da fila e a World Athletics anunciou no fim de semana que, por falta de vagas, só vai permitir cinco atletas por revezamento.
Gabriel e Hygor têm histórias parecidas em alguns pontos. Os dois surgiram de forma inesperada na elite do atletismo. Gabriel, em 2022, quando não tinha expectativa de correr o Troféu Brasil, mal competia individualmente e fez marca para entrar no 4x100m que foi ao Mundial daquele ano (aqui um perfil detalhado dele, da época).
Desde então, tem conciliado a carreira de corredor com a de guia paralímpico da corredora cega Jerusa Geber. Os dois são de Presidente Prudente, treinam juntos e tem sido ele a correr ao lado dela nas grandes competições. No atletismo paralímpico, o corredor e o guia são medalhistas.
Este ano, por exemplo, participou de camping nos EUA, quando correu bem os 200m, foi para o Mundial de Revezamentos e depois ao Mundial Paralímpico, onde ganhou os 100m na classe T11, para cegos.
Ele ganhou vaga no time do 4x100m pelo tempo de 20s51 nos 200m que fez no Troféu Brasil, na semana retrasada, exatamente no Centro Paralímpico. A marca o fez ser o terceiro do ranking nacional, atrás de dois atletas que já estavam na equipe, e o tornou o sexto da fila da convocação.
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