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Olhar Olímpico

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Norte-americana bicampeã olímpica é condenada a 9 anos de prisão na Rússia

01.jul.22 - A jogadora de basquete dos EUA Brittney Griner, acusada de posse ilegal de cannabis, é escoltada antes de uma audiência em Khimki, nos arredores de Moscou, Rússia - Evgenia Novozhenina/REUTERS
01.jul.22 - A jogadora de basquete dos EUA Brittney Griner, acusada de posse ilegal de cannabis, é escoltada antes de uma audiência em Khimki, nos arredores de Moscou, Rússia Imagem: Evgenia Novozhenina/REUTERS

04/08/2022 12h51

A jogadora de basquete norte-americana Brittney Griner foi sentenciada a nove anos de prisão por um tribunal em Khmiki, na Rússia, nesta quinta-feira (4). Ela foi condenada por posse de drogas, depois de tentar entrar no país, onde defendia há oito anos a equipe de Ecaterimburgo, com um vaporizador que continha óleo de haxixe.

O caso gerou grande repercussão internacional, uma vez que Griner é uma das principais estrelas do basquete dos Estados Unidos, duas vezes campeã olímpica, na Rio-2016 e em Tóquio-2020, e duas vezes campeã mundial, e tinha carreira consolidada na Rússia, onde jogava metade do ano, entre uma temporada e outra da WNBA.

O governo americano temia que o julgamento dela, que foi detida em 17 de fevereiro, pouco antes da invasão da Rússia à Ucrânia, fosse influenciado pelo governo russo, de forte retórica antiamericanista.

Griner já havia se declarado culpada por transportar o óleo de haxixe, considerada substância proibida na Rússia, mas alegou que acidentalmente embalou às pressas o produto, que é legal nos Estados Unidos e teria sido prescrito por um médico para o tratamento de uma dor. Ela disse que não teve a intenção de levar o produto à Rússia.

"O trabalho duro que meus pais me ensinaram foi o que me trouxe para jogar no melhor time da Euroliga e da Rússia, aqui em Ecaterimburgo", disse ela no tribunal, segundo o USA Today., "Quero pedir desculpas às minhas companheiros de equipe, ao clube, aos torcedores e à cidade pelo erro que cometi e pelo constrangimento que trouxe", afirmou.

Mas o argumento não convenceu o juiz que julgou o caso e que seguiu o pedido da promotoria, condenando-a a nove anos de prisão. A punição já era esperada, uma vez que, na Rússia, 99% dos casos que vão a julgamento terminam em condenação.

De acordo com o USA Today, agora que o julgamento foi concluído, espera-se que os governos de Washington e Moscou voltem a negociar a libertação dela. Os advogados de Griner já soltaram um comunicado defendendo clemência à cliente deles.