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Olhar Olímpico

REPORTAGEM

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Súmula não identifica torcedor que cometeu homofobia no vôlei

Diego Dutra, central do Brasília que foi alvo de homofobia - Reprodução/Instagram
Diego Dutra, central do Brasília que foi alvo de homofobia Imagem: Reprodução/Instagram

01/02/2022 16h37

O relatório do delegado do jogo entre Funvic/Natal e Brasília Vôlei, disputado sexta-feira no Rio Grande do Norte, não identifica o torcedor que teria ofendido com expressão homofóbica o central Dutra, da equipe visitante. O documento, disponibilizado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), relata o episódio e cita que o agressor mostrou arrependimento.

Na súmula, o delegado Afrânio Bezerra escreve que foi informado pelo árbitro da partida que Dutra havia sido chamado por um torcedor de "baitola", mas que não identificou o agressor. "A minha atitude na hora foi providenciar junto ao chefe de segurança que colocasse um segurança próximo ao local onde possivelmente teria saído xingamento ao atleta Diego Dutra e ficasse de olho. O segurança ficou o resto do jogo por lá, e não houve nenhum tipo de problema", contou.

Bezerra relata que, um dia depois do jogo, ouviu do diretor de árbitros da federação potiguar, Rodrigo Paiva, que estava no ginásio como espectador, que este identificou o agressor. "Rodrigo me relatou também que não quis me incomodar durante o jogo devido minha a demanda estar e e o torcedor hora nenhuma estava alterado. O torcedor reconheceu que tinha errado, se lamentou pelo o acontecido e se desculpou com ele", diz a súmula.

No fim de semana, Dutra mostrou revolta com a situação. "Eu segurei a onda o joga inteiro com vontade de falar poucas e boas para esse cara. Segui o jogo com um nó na garganta. Espero que ele seja notificado. O delegado responsável sabe quem foi. Vôlei Funvic, isso não deve ficar impune", escreveu no Instagram.

Em nota, a CBV disse que vai encaminhar o caso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). "A CBV reitera que preza pela inclusão e igualdade, e repudia toda forma de violência, preconceito ou desrespeito. Diante do ocorrido, a CBV encaminhará a documentação para o STJD para que o tribunal adote as medidas cabíveis. Também solicitará formalmente que o Funvic/Educacoin/Natal tome providências para que episódios como esse não se repitam."