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Olhar Olímpico

REPORTAGEM

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Rebeca Andrade conquista vaga olímpica e vai levar Baile de Favela a Tóquio

05/06/2021 18h19

Rebeca Andrade já era cotada para ganhar medalha em Tóquio, mas faltava o mais importante: conquistar vaga na Olimpíada. Esse problema foi resolvido hoje (5), quando a brasileira de 22 anos deu um show no Campeonato Pan-Americano de Ginástica Artística, disputado no Rio de Janeiro, e carimbou passaporte para fazer companhia a Flávia Saraiva no Japão.

Na verdade o Pan ainda não acabou, o Brasil se apresentou na penúltima subdivisão, e ainda falta acontecer mais uma, logo mais. Mas não há possibilidade de qualquer outra ginasta superar o desempenho de Rebeca, que competiu no nível de quem vai brigar por medalha olímpica em Tóquio.

Ela fez 14,800 pontos no salto, com uma apresentação mais simples do que o seu melhor, 14,400 nas barras assimétricas, 13,800 na trave, onde teve um pequeno desequilíbrio e quase caiu, e depois 13,700 no solo, quando competiu ao som da música 'Baile de Favela'. Com isso, somou 56,700 pontos. No Mundial de 2019, o bronze foi para a russa Angelina Melnikova, com 56,399, menos, portanto, do que Rebeca fez hoje.

Usando o Mundial de 2019 como exemplo, a apresentação de hoje de Rebeca valeria final nas assimétricas e encaminharia final, com grandes chances de medalha, no salto. Mas essa não é a primeira vez que a ginasta brasileira se apresenta nesse nível. O problema é que Rebeca tem tido problemas de apresentar esse desempenho em grandes competições porque sofre com lesões, como a que tirou do último Mundial. Já são três cirurgias de joelho na carreira, aos 22 anos.

Sem Rebeca em Stuttagart, e depois sem Jade Barbosa, que se lesionou durante a competição, o Brasil não conseguiu vaga por equipes no feminino em Tóquio, classificando apenas Flávia Saraiva, no individual. Agora o país terá duas representantes no Japão, que competição no individual geral e nos aparelhos. Flavinha não se apresentou no Rio porque foi poupada, com dores no tornozelo.

Cotada para brigar pela vaga que estava sendo distribuída pelo Pan, Lorrane Oliveira não fez boa apresentação e terminou apenas com 50,700 pontos. No solo, existia a expectativa de que ela registrasse um novo elemento na ginástica, que passaria a ter seu nome, mas ela errou a tentativa. Christal Bezerra, que também estava na disputa, somou 50,567. Jade Barbosa se lesionou na quinta-feira, no treino de pódio, precisou ser cotada, e perdeu a chance de brigar pela vaga. Carolyne Pedro e Thais Fidélis machucaram o joelho e também foram cortadas.

O Pan não teve a participação do Canadá, que optou por não viajar ao Brasil durante o momento da pandemia no país, e dos Estados Unidos, que já tinham todas as vagas possíveis.