Topo

Olhar Olímpico

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Atletismo tem mais três brasileiros classificados para Tóquio

Samory Uiki festeja vaga olímpica - Wagner Carmo/ECP
Samory Uiki festeja vaga olímpica Imagem: Wagner Carmo/ECP

25/04/2021 12h04

Enquanto as atenções do esporte olímpico brasileiro estavam voltadas para o fim da seletiva de natação, o atletismo conseguiu três novas classificações para os Jogos Olímpicos de Tóquio, além de uma liderança de ranking mundial. Nas últimas 24 horas, Fernanda Borges, no disco, Samory Uiki, no salto em distância, e o surpreendente Matheus Gabriel de Liz Correa, na marcha atlética, fizeram o índice exigido pela World Athletics em suas provas. E Alison dos Santos alcançou a melhor marca do mundo no ano nos 400m com barreiras.

O primeiro a fazer índice olímpico no fim de semana foi Samory Uiki, saltador de 24 anos que vai para sua primeira grande competição na carreira. Atleta da Sogipa lapidado no sistema universitário norte-americano (estudou na Kent State, em Ohio), ele alcançou 8,23m no Troféu Cidade de Bragança Paulista, que está sendo realizado no CT do atletismo, no interior de São Paulo. A marca é um centímetro melhor do que o índice exigido.

"Minha melhor marca era de 7,93 m, obtida no Troféu Brasil de 2020. Hoje, saltei três vezes acima dos 8 metros pela primeira vez na vida em uma competição", lembrou Samory, "Eu vinha de uma consistência boa em treinos, mas faltava sair a marca numa competição. Eu queria ir ao Sul-Americano e achava que iria saltar bem, mas fui surpreendido com o índice", admitiu. O torneio em Bragança é a última seletiva para o Sul-Americano de Buenos Aires, no mês que vem, importante para os atletas que buscam a vaga olímpica pelo ranking, sem índice.

Hoje de manhã, Matheus Gabriel de Liz Correa, que no fim do ano passado bateu o recorde brasileiro sub-20 da marcha atlética 10km, conseguiu o índice na prova de 20km, aos 20 anos. Ele percorreu a distância em 1h20min49s, onze segundos abaixo do índice. A prova foi vencida por Caio Bonfim, que já estava classificado e fez o índice mais uma vez.

Siga o Olhar Olímpico no Twitter e no Instagram e receba atualizações diárias no canal do Telegram.

Festa nos Estados Unidos

Boa parte dos principais atletas brasileiros está treinando há algumas semanas em Chula Vista, nos Estados Unidos, no CT do comitê olímpico local. Incluída nesse grupo depois de ser impedida de viajar à Espanha, onde faria um camping, Fernanda Borges competiu ontem e um torneio dentro do próprio CT e alcançou 64,21 m no lançamento do disco, superando os 63,50 m, exigidos pela World Athletics.

Sexta colocada no Campeonato Mundial de Doha-2019, no Catar, com 62,24 m, a melhor posição brasileira da história em provas de arremesso e lançamentos na categoria feminina do evento, Fernanda está treinando pessoalmente com o espanhol José Luís Martínez, desde março, quando viajou para San Diego. "Esperava encaixar a qualquer momento uma boa marca. Continuo treinando e querendo mais, pois estou pronta para mais", comentou a lançadora. Antes dela, Andressa Oliveira de Morais também já havia feito índice.

Também nos Estados Unidos, mas no torneio Drake Relays, em Iowa, Alison dos Santos ganhou os 400m com barreiras com 48s15, novo recorde pessoal e brasileiro da categoria sub-23, e melhor marca do mundo de 2021. O corredor tem apenas 20 anos e foi finalista no Mundial de Doha e campeão dos Jogos Pan-Americanos de Lima, ambos em 2019, ano em que melhorou seguidamente sua marca.

Ele não competiu em 2020, ano em que testou positivo para covid antes do Troféu Brasil, e agora abre 2021 novamente em ascensão. Alison está convocado para disputar o Mundial de Revezamentos na Polônia, no fim de semana que vem, com o 4x400m misto do Brasil. Essa prova estreia no programa olímpico.