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Flamengo reencontra arquibancada cheia por título continental no basquete

Lance do jogo entre Real Estelí e Franca, na Nicarágua - Divulgação/Fiba Américas
Lance do jogo entre Real Estelí e Franca, na Nicarágua Imagem: Divulgação/Fiba Américas

13/04/2021 04h00

Parece um sonho distante: um time brasileiro jogando uma final importante com arquibancadas quase lotadas. Mas vai acontecer hoje (13) com a equipe de basquete masculino do Flamengo, que entra em quadra em Manágua, na Nicarágua, diante de 5 mil torcedores do rival Real Estelí, em busca do título da Champions League América, a antiga Liga das Américas, que reúne as melhores equipes ao sul dos Estados Unidos.

A Nicarágua reportou menos de 200 mortes por covid — um número contestado pela comunidade internacional desde que um grupo hacker revelou documentos que demonstravam que o governo divulgava dados maquiados —- e, com a doença em tese controlada, se candidatou para receber a fase final da competição, que teve o regulamento alterado para esse ano.

Todos os oito classificados da primeira fase, disputada por quatro grupos de quatro, foram a Manágua para jogar quartas, semi e final em apenas quatro dias. E as autoridades locais autorizaram a presença de 70% da capacidade do Alexis Arguello Sports Complex, uma moderna arena para mais de 8 mil pessoas. Isso significa que cerca de 5 mil pessoas estão comparecendo aos jogos do torneio, e não deverá ser diferente na final de hoje.

"Foi estranho. Cerca de 5 mil pessoas no ginásio, depois de tanto tempo jogando com ginásios vazios, realmente foi diferente. O público é essencial nos ginásios, traz vida, mais motivação. Espero que nos livremos dessa terrível pandemia o mais rápido possível e que tenhamos o público de volta no Brasil", comenta o técnico do Flamengo, Gustavo di Conti.

A equipe dele vai jogar sua segunda final de Champions League América em pouco mais de cinco meses. A temporada 2019/2020 parou com o estouro do cronômetro do jogo que classificou o Fla à decisão, em março, e só voltou em outubro, quando o time brasileiro foi derrotado pelo Quimsa, da Argentina, na final disputada no Uruguai.

Segundo Gustavinho, aquela partida ainda está na memória. "Acredito que quando cometemos erros, temos sempre que lembrar deles para não cometer novamente. A derrota da temporada passada para o Quimsa está bem viva na minha cabeça, mas procuro carregar como aprendizado, e não com rancor, motivação ou superação".

Para chegar a mais essa decisão, o Flamengo passou com 100% de aproveitamento pelo grupo mais difícil da primeira fase, que tinha Instituto de Córdoba (Argentina) e Minas Tênis Clube. O Rubro-Negro atropelou o Caballos de Coclé, do Panamá, nas quartas de final, e não correu riscos diante do São Paulo na semifinal, no domingo. Isso apesar dos desfalques importantes de Franco Balbi, Chuzito e Olivinha.

"Apesar de estarmos invictos, não está sendo nada fácil jogar sem 3 jogadores do tamanho e importância do Balbi, Chuzito e Olivinha, que sofreram lesões nessa reta final. Se há um favorito, creio que ligeiramente possa ser o Real Esteli, que está completo, tem muitos jogadores internacionais e joga em casa. Mas somos Flamengo e temos jogadores experientes, acostumados com jogos grandes, e, como sempre, vamos entrar na partida muito organizados tática e tecnicamente. Vamos deixar tudo em quadra por mais esse título", promete Gustavinho.

A final do torneio está marcada para começar às 22h10 e terá transmissão ao vivo pelo DAZN. O Flamengo deve repetir a escalação da semifinal e iniciar o jogo com Yago, Lucas Martinez, Marquinhos, Leo Demetrio e Rafael Mineiro. Para chegar à final, o Real Estelí eliminou o Sesi/Franca nas quartas de final e o Minas na semi.