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Brasil tira judoca de quarentena antes da hora e tem 15 barrados em torneio

Eduardo Yudi - Abelardo Mendes Jr /Rede do Esporte
Eduardo Yudi Imagem: Abelardo Mendes Jr /Rede do Esporte

31/03/2021 11h35

Toda a delegação do Brasil que viajou do Grand Slam de Judô de Tibilisi, na Geórgia, para Antalya, na Turquia, foi impedida de participar da etapa de Grand Slam que começa amanhã (1) e vai até sábado (3), por uma falha de protocolo da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). No total, 15 lutadores estão isolados depois de um deles, Eduardo Yudi, sair da quarentena antes da hora, viajar com o grupo e testar positivo.

A excursão do Brasil pela Europa começou na Geórgia, onde a equipe masculina participou de um camping com atletas de vários países. Após esse acampamento conjunto, na quinta-feira passada Eduardo Katsuhiro testou positivo e foi barrado do Grand Slam de Tbilisi. Pelo protocolo, seu colega de quarto, Yudi, também foi afastado e não lutou o torneio.

Após o Grand Slam a delegação viajou para a Turquia e Yudi, que vinha apresentando testes negativos, foi unido ao grupo mesmo antes do fim do período de incubação do vírus. Chegando na Turquia, todos fizeram novos testes PCR3 para entrar na bolha sanitária da competição e Yudi, que há cinco dias dividia quarto com um atleta contaminado, testou positivo.

Pelo protocolo das autoridades locais, todas as pessoas que tiveram contato com ele foram isoladas, em uma lista que tem 15 atletas. Eles estão sendo monitorados e atendidos de perto pelo médico da seleção brasileira, Rafael Sugino, que acompanha a equipe na Turquia.

"É um momento, realmente, de muito cuidado e precaução e que exige um esforço conjunto de toda a comunidade do judô para minimizar os riscos de contaminação e para que as competições aconteçam em ambiente seguro para todos os participantes. Nossos atletas estão frustrados, mas entendem que a saúde e a segurança de todos é prioridade", explica Ney Wilson Pereira, gestor de Alto Rendimento da CBJ.

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Por causa disso, só vão competir na Turquia os quatro brasileiros que viajaram do Brasil direto para lá, sem competir na Geórgia: Eric Takabatake, Daniel Cargnin, Willian Lima e David Moura.

Esportivamente, o veto aos brasileiros é péssimo para as pretensões do Brasil visando os Jogos Olímpicos de Tóquio. O Grand Slam vale mil pontos no ranking olímpico e uma boa campanha em Antalya seria fundamental para tentar classificar Ketleyn Nascimento na categoria até 57kg depois que Rafaela Silva foi suspensa por doping. Além disso, Maria Portela e Larissa Pimenta ainda brigam para serem cabeças de chave em Tóquio, mesma situação dos pesados Rafael Silva, Bia Souza e Maria Suelen, que antes travam disputas internas no Brasil.

E o problema pode ainda ser maior. Os atletas precisarão ficar isolados na Turquia, perdendo ritmo de treinamento para outra competição importantíssima do ciclo olímpico, o Campeonato Pan-Americano de Judô, na Argentina, entre 15 e 17 de abril.