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Boxe cancela Pré-Olímpico e brasileiros ficam mais perto da Olimpíada
A força-tarefa responsável pelo boxe nos Jogos Olímpicos de Tóquio enquanto a Federação Internacional de Boxe Amador (Aiba) está suspensa do movimento olímpico decidiu cancelar de forma definitiva o Pré-Olímpico Mundial que estava programado para acontecer em Paris, em junho. Agora as vagas que seriam postas em jogo nessa competição serão distribuídas pelo ranking mundial.
O processo de qualificação do boxe para Tóquio previa quatro Pré-Olímpicos continentais, na Ásia/Oceania, África, Américas e Europa, e depois o Pré-Olímpico Mundial como uma espécie de repescagem. Apenas os dois primeiros foram realizados antes da pandemia e os organizadores insistiam em realizar o europeu em Londres enquanto as fronteiras do mundo eram fechadas. No fim, o torneio não acabou. O das Américas, em Buenos Aires, foi adiado.
Hoje (16) a força-tarefa informou que, com as dificuldades de trânsito causadas pela pandemia, não haverá tempo hábil para realizar os pré-olímpicos da Europa e das Américas, deixar os boxeadores descansarem um mês e organizar o Pré-Olímpico Mundial com mais um mês de folga antes da Olimpíada. Assim, cancelaram a repescagem.
Os brasileiros seguem tendo como primeira chance de vaga em Tóquio o Pré-Olímpico das Américas, marcado para maio em Buenos Aires. Ali serão distribuídas de três a cinco vagas por categoria — são oito masculinas e cinco femininas. Quem não conseguir vaga na Argentina vai ficar dependendo do ranking mundial que está sendo mantido pela força-tarefa e que é diferente do ranking da Aiba.
Irá à Olimpíada o melhor atleta de cada continente, por categoria, nesse ranking que considera os resultados de dois campeonatos mundiais (100 pontos para o campeão do mais antigo, 300 do mais recente), um evento continental (o campeão do Pan leva 150 pontos) e o Pré-Olímpico continental (400 pontos para o campeão, 125 para quem ficar de quinto a oitavo).
Isso assegura que Beatriz Ferreira, campeã mundial e líder do ranking na categoria até 60kg, irá para Tóquio. Mesmo que ela não consiga a vaga pelo Pré-Olímpico das Américas, a brasileira se manterá acima de qualquer outra rival do continente que depender do ranking. Sua vantagem sobre a segunda melhor americana é de 240 pontos.
Hebert Conceição é o segundo das Américas na categoria até 75kg e, independente do que fizer no ringue, irá a Tóquio se o cubano Arlen Lopez se classificar pela seletiva continental, o que é muito provável que ocorra. A mesma situação vive Keno Machado com o cubano Julio Cesar La Cruz, tetracampeão mundial. Tanto Hebert quanto Keno foram prata no Pan de Lima, perdendo dos cubanos. Bronze no Pan, Abner Teixeira é o terceiro melhor das Américas no ranking da categoria até 91kg.
Entre as mulheres, Jucielen Romeu (até 57kg) é a terceira melhor do continente depois de ser prata no Pan e também aparece com boas chances de estar em Tóquio. Mesma situação para Graziele de Sousa (51kg), também terceira, e Flávia Fiqueiredo (75kg), quarta em sua categoria.
O problema, para o Brasil, é que em outras categorias masculinas os boxeadores brasileiros não aparecem bem. Wanderson Oliveira é o número 32 (sexto do continente) na até 63kg e Douglas de Andrade o 56º (oitavo do continente) na até 57kg. Para eles e para os lutadores das outras categorias, que nem no ranking aparecem, um bom resultado no Pré-Olímpico das Américas vira a única alternativa para chegar a Tóquio.
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