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Olhar Olímpico

Doria autoriza todos os esportes na fase amarela, mas sem contato físico

29/07/2020 18h01

O governo de São Paulo anunciou que passa a autorizar treinos e competições em cidades que estão na fase amarela do Plano São Paulo. Mesmo antes dessa autorização, a prefeitura de São Paulo já havia autorizado, no dia 17, que o Núcleo de Alto Rendimento (NAR) reabrisse para a seleção de rúgbi e alguns corredores treinarem. Seleções de boxe e de atletismo também já estavam treinando no estado.

O aval estadual para os treinamentos foi veiculado em um podcast da Secretaria de Esporte publicado na terça-feira (28), mas não consta em nenhum documento, segundo a pasta. "Não há obrigatoriedade da publicação de tais determinações em Diário Oficial, já que cabe a cada município a adoção de medidas específicas, tendo o Plano São Paulo o objetivo de direcionar tais medidas", explicou o governo João Doria (PSDB).

A postura é nova. Até aqui, o governo paulista vinha discutindo a liberação modalidade por modalidade. Primeiro foi autorizado o protocolo apresentado para a disputa da primeira divisão profissional do futebol masculino. Depois, o protocolo do automobilismo e do automobilismo. Em seguida, do futebol feminino (na quarta-feira da semana passada) e da segunda divisão do futebol masculino (na última segunda). Há uma semana, a secretaria informou ao Olhar Olímpico que analisava os protocolos do judô, do taekwondo, do atletismo, do basquete e do golfe.

Agora não precisa mais haver autorização por modalidade. Estão todas autorizadas, sem "contato físico direto" e "desde que as atividades sejam realizadas em regiões que estejam na fase amarela do Plano São Paulo, bem como seguindo todas as determinações de distanciamento social, testagem, higienização, sem público e sem qualquer aglomeração, seja antes, durante ou após tais eventos". Não há uma norma escrita que detalhe como deve funcionar a testagem ou a higienização. Em tese, uma cidade na fase amarela poderia autorizar a realização inclusive de corridas de rua.

Depois da publicação desta reportagem, o governo publicou nota detalhando que "modalidades com contato direto como artes marciais, handebol, rúgbi e outros precisam contar com protocolo específico aprovado pelo Centro de Contingência do Governo do Estado, visando aprovações de medidas específicas de testagem, distanciamento social e higienização". A seleção de rúgbi, porém, está treinando sem qualquer aprovação do Centro de Contingência.

Mesmo antes de qualquer aval do governo do estado, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) já havia aberto seu centro de treinamento em Bragança Paulista (SP), em plena fase vermelha, sem testar nenhum dos atletas aptos a treinar. A Justiça entendeu que a prefeitura de Bragança não tinha liberdade para descumprir as normas estaduais, e o CT foi fechado após duas semanas. Mas, agora que a cidade está na fase laranja, os CT vai reabrir na próxima segunda-feira.

Outras modalidades também já estavam treinando antes de qualquer autorização estadual. A Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), por exemplo, reuniu a seleção brasileira da modalidade para um camping de treinamento em Embu das Artes, na Grande São Paulo. Já a seleção de rúgbi voltou a treinar no NAR na última segunda-feira, com autorização da prefeitura de São Paulo. Bruno Covas (PSDB) também já havia autorizado a reabertura do CT Paraolímpico.

A nova regra estadual, porém, deve dar segurança para que equipes de basquete e de vôlei retornem os treinamentos visando os Campeonatos Paulistas das modalidades. No basquete, os clubes tinham só até essa semana para se inscreverem no torneio. A Secfetaria de Esporte detalhou que em cidades da fase amarela os treinamentos estão liberados, após aprovação do protocolo apresentado pelo NBB.

Nas modalidades individuais, os atletas que defendem os principais clubes da cidade de São Paulo estão encontrando problemas. É que, nesses clubes, as piscinas e as academias só podem funcionar por 6 horas por dia. Alegando que a janela é pequena, os clubes fizeram um pacto de priorizarem os associados, com medo de perder ainda mais receita na pandemia. Com isso, os atletas estão proibidos de treinar em clubes como o Pinheiros e o Paulistano.