Brasileiro paga R$ 1,4 milhão por desenho original dos anéis olímpicos

Uma das peças de maior valor histórico para o movimento olímpico agora pertence a um brasileiro. O desenho original dos arcos olímpicos, feito pelo barão Pierre de Coubertin, considerado pai da Olimpíada moderna, foi vendido ontem em leilão em Cannes (França) por 234 mil euros, o equivalente a R$ 1,434 milhão.

"O desenho foi comprado por um colecionador brasileiro pelo preço de 185 mil euros, mais comissão de 27%, ou 234.950 euros", disse à imprensa francesa o diretor do Cannes Encheres, Alexandre Debussy.

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Ele não informou, porém, quem é o comprador brasileiro. Maior colecionador de relíquias olímpicas do mundo, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) Roberto Gesta de Melo seria a aposta natural. O ex-dirigente, porém, disse ao Olhar Olímpico que nem sabia do leilão.

"Não fui eu. Eu nem sabia que esse desenho estava disponível para a venda", alegou Gesta, que recentemente cedeu suas cerca de 10 mil peças, entre livros, objetos olímpicos e do esporte em geral, para que o governo do Amazonas criasse o Museu do Esporte Olímpico, que funciona na Arena da Amazônia. No ramo a que se dedica, o museu só é menor que o próprio Museu Olímpico, do COI, que fica na Suíça.

A casa de leilões que vendeu o desenho original dos anéis olímpicos estava esperando arrecadar 100 mil euros líquidos com a peça, mas conseguiu um valor próximo do dobro, 185 mil euros. O valor, porém, não chegou perto do leilão do manifesto olímpico, considerado o documento de criação dos Jogos Olímpicos Modernos, também do barão de Coubertin, vendido por um recorde de mais de 8 milhões de dólares em Nova York. O comprador, um bilionário russo, o doou ao Museu Olímpico.

Os anéis olímpicos apareceram pela primeira vez na edição de agosto de 1913 da revista Olympic Review. O desenho leiloado ontem, em grafite e guache, tem 21cm x 27,5cm e tem a assinatura do barão. Ele foi aprovado como símbolo do movimento olímpico no ano seguinte, em 1914.