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Olhar Olímpico

Alesp abre processo para investigar denúncia de rachadinha que sumiu

04/07/2020 00h00

A Assembleia Legislativa de São Paulo decidiu abrir um procedimento disciplinar para investigar por que uma denúncia anônima sobre a prática de rachadinha envolvendo 12 servidores sumiu dos arquivos da Alesp, aparentemente sem investigação. O sumiço, e a denúncia em si, foram revelados pelo Olhar Olímpico ontem (3).

A denúncia foi feita na Corregedoria Parlamentar em março de 2019, no final da legislatura passada, como confirmou o então corregedor Márcio Camargo, ex-deputado estadual, hoje presidente municipal do PSDB de Cotia (SP). Mas ela não consta nos arquivos do órgão, hoje comandado pelo deputado Estevam Galvão (DEM). O único documento conhecido sobre a investigação foi enviado ao blog pela prefeitura de São Paulo: o arquivamento da acusação contra Reinaldo Barreiros, atual diretor do Centro Olímpico da prefeitura. O arquivamento é assinado por Fábio Siqueira, a quem Barreiros apoiou na última eleição para deputado federal.

Responsável pela indicação de Barreiros para trabalhar no Núcleo de Avaliação Estratégica (NAE), onde aconteceria o esquema de rachadinha, Galvão nega conhecer o processo e, nesta sexta-feira, enviou ofício à Presidência da Alesp solicitando uma investigação. No documento, Galvão, ex-prefeito de Suzano (SP) e atual corregedor, pede "imediata instauração de procedimento disciplinar, visando apuração dos fatos e aplicação das penalidades cabíveis".

Em nota, o presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), disse que irá acatar o pedido feito pela Corregedoria e "instaurará procedimento disciplinar para reunir informações sobre os fatos relatados pela reportagem do UOL". Figura central nessa denúncia, Fábio Siqueira não aceitou conceder entrevista e disse que seu advogado poderia responder perguntar daqui a alguns dias.

No processo apuração preliminar, cinco servidores são indicados pela Presidência pela Primeira e pela Segunda Secretarias, pela Secretaria Administrativa e pela Procuradoria. "Se a comissão concluir pela inexistência de indícios propõe o arquivamento. Se concluir pela existência de indícios contra servidor propõe a instauração de Processo Administrativo. Se concluir pela existência de indícios contra parlamentar propõe a remessa à Corregedoria", explicou a Alesp.