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Olhar Olímpico

Ex-recordista mundial da maratona é suspenso por 4 anos por doping

Maratonista queniano Wilson Kipsang - Andrew Boyers
Maratonista queniano Wilson Kipsang Imagem: Andrew Boyers

03/07/2020 14h19

Um dos astros das provas de maratona na década, o queniano Wilson Kipsang, de 38 anos, ex-recordista mundial da distância, foi suspenso por quatro anos por descumprimento das regras antidoping. A punição foi anunciada nesta sexta-feira (3) pelo braço de combate ao doping da World Athlteics, a Athletics Integrity Unit (AIU). Ele apresentou uma prova falsa em sua defesa.

Kipsang, que estava suspenso de forma provisória desde janeiro, foi punido por violação do chamado "whereabout', que pode ser traduzido por paradeiro. Atletas selecionados por órgãos de controle nacionais (como a ABCD) ou federações internacionais (como a World Athletics) precisam manter atualizado um formulário online onde informam onde estarão a cada dia. É para lá que os agentes de controle devem se dirigir em dias de testes surpresa.

Quando um atleta não é encontrado para o teste surpresa (porque respondeu errado o whereabout, ou porque não quis ser encontrado), ele recebe uma espécie de advertência. Com três advertências no período de 365 dias corridos (um ano), ele é suspenso automaticamente e vai a julgamento. No caso de Kipsang foram quatro falhas em 13 meses.

Ex-recordista mundial, bronze na Olimpíada de Londres-2012 e vencedor de cinco "Major's", Kipsang vem se dedicando recentemente a se manchar sua imagem de ex-recordista mundial e de único corredor na história a superar Eliud Kipchoge em uma maratona, feito ocorrido em 2013 em Berlim. Há três meses, ele furou a quarentena e saiu para beber com amigos no Quênia e acabou detido. Em dezembro, havia sofrido acidente de carro. De acordo com a imprensa queniana, ele dirigia embriagado.

Agora, Kipsang foi suspenso pela pena máxima aplicável depois de tentar mentir no julgamento. O maratonista alegou que não foi encontrado em 17 de maio de 2019 porque ficou preso no trânsito causado por um acidente, apresentando inclusive uma foto do acidente. Mas a foto havia sido tirada em 19 de agosto de 2019, três meses depois.

"O atleta se envolveu em conduta fraudulenta e enganosa, fornecendo informações deliberadamente enganosas e falsas à AIU, na tentativa de obstruir e atrasar a investigação de suas explicações e/ou impedir que procedimentos normais ocorram, ou seja, o registro de um teste que foi perdido por ele", justificou a AIU. A agência que cuida da carreira dele, a Volare Sports, diz que considera recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS).