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Charles do Bronx prova mais uma vez por que é um verdadeiro ídolo

Charles do Bronx fez mais do que finalizar Mateusz Gamrot na luta principal do UFC Rio. Ele deu ao MMA brasileiro algo que parecia em falta: esperança. Em uma temporada dura para os lutadores do país, a vitória do paulista resgata não apenas o orgulho nacional, mas também a relevância do Brasil dentro do cenário mundial.

O triunfo comprova que Charles segue entre os melhores do mundo no peso-leve — mesmo após parte da crítica questionar se seu auge havia passado. Com uma atuação madura, técnica e emocionalmente sólida, ele lembrou ao público por que já foi campeão e por que ainda é um dos maiores talentos que o Brasil produziu.

Mas há algo que torna essa vitória ainda mais simbólica. Charles contrariou a lógica e aceitou lutar em um Fight Night no Rio de Janeiro, sem status de pay-per-view, apenas para estar diante de seus fãs. Um gesto raro em tempos em que atletas de alto nível preferem grandes palcos e bolsas milionárias. Ele ainda topou a troca de adversário em cima da hora, sem hesitar. Isso diz muito sobre quem ele é.

Essa atitude é valiosa para o MMA nacional. Num ano em que os brasileiros perderam dez lutas principais contra estrangeiros, Charles e Alex Poatan conquistaram vitórias marcantes em semanas consecutivas — e isso tem reflexo direto no mercado. O público volta a se empolgar, a audiência cresce, e o esporte ganha fôlego mesmo sem transmissão em TV aberta.

A presença de um ídolo ativo, carismático e acessível é fundamental para manter viva a paixão do torcedor. Charles entende isso melhor do que ninguém. Sua relação com o público brasileiro é única: ele luta pelo título, mas também luta pelo povo. E esse elo é o que mantém o esporte relevante, o que estimula novos fãs e dá visibilidade a todos os outros atletas do card.

Ao aceitar o desafio no Rio, Charles beneficiou não só a própria carreira, mas o evento como um todo. Todos que dividiram o octógono naquela noite ganharam mais exposição, mais engajamento, mais olhos atentos ao que o MMA brasileiro tem a oferecer. Isso é liderança — e não se compra com cinturão.

Agora, com moral renovada, o paulista pede por uma luta contra Max Holloway. É um pedido justo. Mas, mais do que isso, Charles já conquistou algo ainda maior: o status de ícone. Um símbolo de resiliência, representatividade e compromisso com o esporte e com o público que o sustenta. O Brasil volta a sorrir no octógono — e Charles do Bronx é o principal motivo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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