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Opinião

Charles do Bronx adere ao jogo de xadrez dos bastidores do UFC

Charles do Bronx vive uma situação delicada. Nos bastidores do UFC, as negociações para lutas de alto nível são como um jogo de xadrez, onde um movimento em falso pode custar caro. Por isso, o lutador brasileiro tem se mostrado mais vocal nos últimos dias, adotando uma postura mais agressiva.

Fugindo um pouco de seu estilo reservado, Charles tem sido mais direto em suas mensagens, enviando recados nas entrelinhas para Ilia Topuria e deixando claro que a vaga para disputar o cinturão dos leves é, na sua visão, sua por direito. E não é difícil entender essa nova postura do ex-campeão. Afinal, na divisão dos leves, o futuro está incerto para todos — nem mesmo o campeão Islam Makhachev tem seu caminho definido.

Aos rumores que circulam sobre o russo, há quem diga que ele pretende subir de categoria. Makhachev estaria aguardando a definição dos rumos da divisão dos meio-médios para tomar sua decisão. Por outro lado, Topuria, ex-campeão dos penas, recentemente abdicou de seu título e agora busca uma oportunidade para disputar o cinturão dos leves.

Charles, embalado por uma vitória recente, tem usado sua popularidade para aumentar a pressão, mostrando que, entre todos os competidores na disputa, ele é o que mais ressoa com o grande público — e, de fato, isso é inegável. Mas a questão é: isso seria suficiente para garantir uma chance pelo título? Somente o tempo poderá responder.

Ainda existem outros nomes fortes na corrida pelo title shot, como Arman Tsarukyan. O armênio, número 1 do ranking, estava escalado para enfrentar Makhachev em janeiro, mas uma lesão o forçou a se retirar do combate horas antes do evento. Assim, a oportunidade para Tsarukyan deve demorar a surgir novamente.

Outro rumor forte é sobre o confronto entre Max Holloway e Dustin Poirier, previsto para acontecer entre julho e agosto. Caso Holloway vença e mantenha o cinturão BMF, ele poderia usar esse título como moeda de troca para furar a fila. Além disso, Justin Gaethje, também vindo de vitória, segue bem posicionado no ranking.

Tudo, no entanto, depende de quando Makhachev entrará novamente no octógono e contra quem. Com tantos concorrentes ao título, qualquer movimento em falso pode significar a perda da oportunidade. Se o russo só lutar em outubro, Charles não pode simplesmente esperar — um de seus rivais pode saltar à sua frente com uma vitória.

Por outro lado, se a defesa de Makhachev ocorrer em junho, o brasileiro não teria tempo para uma nova luta até lá. Isso o obriga a acelerar sua estratégia, aumentar sua visibilidade e garantir que seu nome prevaleça, especialmente sobre Topuria, que sequer tem uma luta na categoria dos leves.

O tabuleiro está montado e Charles parece disposto a jogar — mais afiado do que nunca. No UFC de hoje, confiar apenas nas performances dentro do octógono já não é o suficiente. E o brasileiro parece ter finalmente compreendido essa realidade.

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