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UFC 277 deve provar se Amanda Nunes ainda tem motivação para ampliar legado

Amanda Nunes, durante entrevista coletiva do UFC 277 - Josh Hedges/Zuffa LLC
Amanda Nunes, durante entrevista coletiva do UFC 277 Imagem: Josh Hedges/Zuffa LLC

Colunista do UOL

29/07/2022 04h00

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Foram longos sete anos de invencibilidade no UFC, período em que colecionou 12 vitórias e o status de melhor lutadora da história, até Amanda Nunes voltar a sentir o gosto da derrota no octógono. Em dezembro de 2021, o surpreendente revés para Julianna Pena a obrigou a repaginar sua carreira. E tudo isso será colocado à prova de uma só vez neste sábado (30).

A revanche contra a americana, a ser realizada na cidade de Dallas (EUA), terá papel fundamental na carreira de Amanda - e ela sabe disso. Nos últimos meses, a Leoa se desligou da academia American Top Team e abriu seu próprio time com a ideia de contar com toda a equipe trabalhando exclusivamente em torno dela. Um triunfo contra sua última algoz significa mais do que provar que a reformulação deu certo.

Afinal, não é de hoje que Amanda vive com os rumores de que sua carreira pode chegar ao fim. Dos 12 triunfos seguidos que detinha, a brasileira havia enfileirado cinco ex-campeãs do UFC, além de anotar dois triunfos contra Valentina Shevchenko, dona do cinturão dos moscas (57 kg). Nada mais natural, então, que a dificuldade em encontrar uma rival competitiva tenha balançado a atleta.

Dana White, presidente do evento, afirmou logo após sua derrota que a falta de motivação poderia ter sido um fator preponderante no desempenho abaixo do esperado diante de Julianna. Em seu raciocínio, o cartola destacou que Amanda já fez dinheiro suficiente para se aposentar, além de ter uma esposa e uma filha pequena. O cenário perfeito para pendurar as luvas estava montado. Faltava apenas combinar com a própria Amanda.

Disposta a provar, talvez até para si mesma, que ela ainda está motivada a se dedicar integralmente aos treinamentos para performar em alto nível, a Leoa precisava sair de sua zona de conforto. Foi desta forma também que ela chegou à American Top Team, em 2014, quando deixou a MMA Masters após ser derrotada por Cat Zingano.

A troca de academia pareceu necessária, mas está longe de ser o fator mais importante. Agora, apenas Amanda poderá responder se ela está disposta a ampliar seu legado no octógono. E o main event do UFC 277 será fundamental para isso.