Obsessão por 'esquemas' desvia o foco do verdadeiro problema

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Desde a noite do último domingo não se fala em outra coisa no meio esportivo brasileiro.
O escandaloso pênalti ignorado por Ramon Abatti Abel no Choque-Rei do Morumbis tomou conta dos debates (e, com um pouquinho de exagero, virou pauta até em programa de culinária).
E não é por acaso: o equívoco foi, de fato, gritante.
Mas é importante lembrar que, por mais indecente que tenha sido, tratou-se de um erro.
Nada mais do que isso.
Digo isso porque tem me incomodado a enxurrada de insinuações sobre supostos esquemas para beneficiar este ou aquele clube.
Evidentemente, não é impossível que algo assim ocorra.
A Máfia do Apito de 2005 e os escândalos do futebol italiano estão aí para provar.
Mas, sem evidências concretas, reduzir tudo a uma teoria conspiratória soa apenas como o choro desesperado de quem perdeu ou foi prejudicado.
A verdade é que o nível do futebol brasileiro evoluiu muito nos últimos anos.
O desempenho recente de nossos clubes nas Libertadores e na Copa do Mundo de Clubes comprova isso.
Entretanto, é nítido que a arbitragem não acompanhou essa evolução.
Pelo contrário, parece ter andado para trás.
Hoje, nossos "homens do apito" estão muito aquém dos grandes nomes do passado.
Por isso, elevar o tom para sugerir favorecimentos intencionais é dar murro em ponta de faca ou andar em círculos.
Não melhora o nível da arbitragem, não muda resultados e ainda aumenta a pressão sobre juízes já inseguros, o que só multiplica os erros.
O caminho, portanto, é outro: cobrar da CBF uma mudança estrutural urgente.
Que se trate o tema com prioridade, profissionalismo e transparência.
Para que, num futuro próximo, nossas segundas-feiras voltem a ser dedicadas a discutir golaços, táticas, defesas incríveis e dribles geniais, e não os absurdos cometidos pelos nossos despreparados donos do apito.
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