Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

Declaração de Rogério Ceni não deveria passar sem repercussão

"Temos que deixar de ser tão chatos para deixar o árbitro apitar de maneira mais tranquila. O jogador brasileiro é muito chato, treinadores chatos, goleiros fazem muita cera. Temos que profissionalizar. Temos que dar mais condições."

Ceni deu essa declaração depois da virada do Bahia sobre o Bragantino pela 31º rodada do Brasileirão. O contexto era a arbitragem e seus erros. Em seguida, o treinador criticou o intervencionismo do VAR. Esses são problemas centrais no futebol brasileiro atualmente. A arbitragem é péssima, mas os jogadores colaboram para que ela seja e não deveriam sair ilesos desse debate.

O jogador que simula a falta que não existiu, o que sai rolando pelo campo depois de uma canelada, o que tenta induzir o juiz ao erro, o que cerca o juiz a cada marcação, o que leva a mão ao rosto depois de um tranco no ombro.

E incluam os treinadores também no flagelo da arbitragem. Os histéricos, os chiliquentos, os descontrolados.

A arbitragem erraria mesmo com todos jogando a favor de seus acertos? Sim, erraria. Mas erraria menos. Bem menos.

Entreguem à CBF seu lote nesse latifúndio de horror também. Proibir o VAR de atuar como protagonista e controlador de jogo seria o mínimo e imediato. Colocar na sala do VAR juízes que não queiram apitar no lugar do profissional que está em campo.

Chamem também torcedores e imprensa para o mea culpa. Menos choro, menos ódio, menos "ó céus, ó vida, todos estão contra mim, sou um perseguido, meu time só apanha da arbitragem e o rival só se beneficia".

Por onde começar? Cada um por seu lote nesse flagelo. Se houvesse interesse em melhorar a qualidade da nossa arbitragem, assim seria. Mas a impressão que dá é que todos querem apenas exercer a infantilidade contida na pirraça depois de cada rodada.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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