O Corinthians foi melhor para Memphis do que Memphis para o Corinthians
Memphis Depay vive dias de glória. Em seu país, está sendo honrado pelo magistral jogador que é. Voltou a emprestar seu talento à seleção que tem a camisa mais bonita do mundo (ao lado da uruguaia). Pela Holanda, é decisivo, é craque, é o cara.
Quando chegou ao Corinthians, Memphis estava em busca desse resgate justamente. Aqui foi recebido com amor e devoção. Caiu no colo da Fiel e foi tratado como um deles. Uma troca cheia de respeito. Em campo, Memphis entregou e virou ídolo. O título paulista parecia o vestíbulo de uma história de retumbante sucesso. Até tudo desandar.
O contrato leonino assinado pelo Corinthians com Memphis é uma das coisas mais absurdas já vistas no futebol. Ganha milhões e ganha ainda mais por gol, por passe para gol, sabe Deus mais pelo quê. A cada gol de Memphis, o Corinthians fica mais pobre. Fora de campo, o clube administra uma dívida que merece apenas uma caracterização atualmente: impagável. Enquanto escrevo essa coluna, a dívida aumenta.
Memphis se estranhou com a diretoria porque não tem recebido em dia. Ele está certo. O combinado precisa ser honrado. Mas, a despeito dessa dor de cabeça, essa usina de afetos chamada Corinthians devolveu a Memphis a segurança perdida. Foi nos braços da Fiel que ele voltou a sorrir e compreendeu quem era. É o ponto de partida para qualquer volta por cima.
Memphis concluiu a dele. Está, outra vez, no topo do mundo. Já o Corinthians, esse padece. Não por culpa de Memphis, obviamente. Mas por anos de administrações negligentes, horrorosas, narcísicas. O clube foi o berço do renascimento do holandês. E o que ele vai deixar por aqui não chega nem perto disso, embora eu goste bastante da minha figurinha com a imagem de Memphis subindo na bola durante a final do Paulistão contra o Palmeiras. É o que temos.
Opinião
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