As derrotas que fizeram Renato se tornar o cara que hoje encanta o mundo

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Uma derrota nunca representa um fim em si. Um acontecimento não deveria ser medido unicamente por seu resultado imediato, mas também pelas frestas que ele abre, pelas possibilidades que ele cria de futuros possíveis. Renato, como jogador, ganhou tudo e foi protagonista do que ganhou. Como treinador, tem uma carreira brilhante e uma Libertadores com o Grêmio em 2017. Mas esse Renato que estamos vendo brilhar na Copa do Mundo, eu ousaria dizer, foi forjado em três derrotas importantes: A Libertadores de 2008, o Mundial de 2017 e a Libertadores de 2021.
São derrotas que fizeram Renato compreender aquilo que talvez até ali não tivesse compreendido a respeito de partidas decisivas e imensas. Pelo Grêmio contra o Real, em 2017. Pelo Fluminense contra a LDU em 2008 e pelo Flamengo contra o Palmeiras em 2021. A pergunta que quero fazer é: Quantas derrotas fazem parte de uma enorme conquista? Muitas.
Só Renato sabe que tipo de legado essas derrotas deixaram com ele. É provável que esse legado passe por saber onde fica a fronteira entre a covardia e a soberba. Passe por enxergar que entre esses dois territórios existe um outro para ser habitado: o da entrega, da disciplina, do foco, da união, do preparo. E, acima de tudo, passe por acreditar. Esse Fluminense realmente acredita que pode vencer - e deixa isso evidente em campo. Contra o Borussia foi gigantesco. Contra a Inter foi uma imensidão. E contra o Al Hilal foi brilhante. Nunca evitou atacar, criar, sair para o jogo. Mas tampouco foi destrambelhado, covarde ou soberbo.
O Fluminense pode passar pelo Chelsea? Pode. Não é o resultado esperado, não seria o óbvio, mas pode. E, se superar o time inglês na semi, tudo passa a ser possível na final. Imagina se esse Fluminense vence a primeira Copa do Mundo de clubes. Imagina se Renato Gaúcho leva o clube a essa conquista inimaginável, impossível, irrealizável, inatingível, surreal, bizarra, monstruosa, absurda, incoerente. Seria essa a maior história do esporte mundial? Eu teria dificuldade em contra-argumentar com que responder que sim.
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