Estádio esvaziado, inauguração cafona e alienação: começa a Copa do Mundo
Começou no estádio que leva o nome de Hard Rock, em Miami, a nova festa do bilhão da FIFA: a Copa do Mundo de clubes. Era isso ou Copa do Mundo de seleções de dois em dois anos. Nada interromperia a sagacidade da gestora do futebol mundial de lucrar mais. Sempre mais, como manda o manual capitalista. Por isso, um novo torneio nasceu do nada.
A abertura da primeira Copa do Mundo de clubes teve shows de artistas que deveriam se conectar à população latina dos Estados Unidos. Essa mesma que está sendo caçada pela polícia de imigração de Trump. Uma alienação institucionalizada. Do lado de fora do estádio, mexicanos sendo perseguidos pelas forças armadas. Dentro, o apelo: consumam esse campeonato por favor. O estádio com mais espaços vazios do que cheios fazia suas selfies. Al Ahli, do Egito, contra Inter Miami, de Messi.
O número musical falava na "união dos povos". No mesmo instante, lá nas fronteiras egípcias, os céus estavam cheios de mísseis e de drones: Irã e Israel ameaçam a terceira guerra mundial. A FIFA não consegue marcar um golzinho que seja no quesito praticar ações alinhadas com os direitos humanos. Já em termos financeiros, ela segue voando.
O locutor da festa, num tom de voz Darth Vader, avisa que nada jamais será como antes. Caças da força aérea americana sobrevoam os céus do estádio antes de, quem sabe, serem comandados a bombardear uma outra nação. Cafona, muito cafona. Alienada, muito alienada. Miserável, muito miserável. Vai começar a festa forçada pela voz do DJ. Do lado de fora, o mundo derrete.
Os times entram em campo no estilo da NBA: um jogador de cada vez como num espetáculo circense, com luzes, fogos, euforia fabricada. Os estadunidenses não sabem que esse jogo, mais do que qualquer outro, fala sobre coletividade e não individualismo. Tudo errado, tudo muito errado.
Opinião
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