Em duelo memorável, Gauff bate Sabalenka e se consagra em Paris
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De um lado, a elegância da estadunidense Coco Gauff, número dois do mundo. Do outro, a extravagância de Aryna Sabalenca, a belo-russa número um do mundo. Um encontro de comportamentos muito diferentes, mas de altíssima técnica e coragem.
Sabalenka passa o jogo falando com ela mesma como se uma outra versão de si, que carrega a culpa pela decisão errada em quadra, estivesse num ponto alto das cadeiras da arena. Gauff, concentrada, apenas raramente olha para seu box, onde o treinador e a mãe estão. Sabalenka é agitada e frenética; Gauff é contida e séria. Em comum, ambas jogam de forma agressiva e ousada. Arriscam o que podem, batem na bola com força máxima em todos os pontos exceto quando querem encurtar o jogo de modo definitivo. O que nem sempre funciona.
O estilo de jogo de ambas chama por erros inesperados mas que colaboram para aumentar a tensão e a emoção. Sabalenka levou um primeiro set longo e disputado até a última bola. Gauff levou o segundo de forma mais tranquila.
E veio o terceiro e último set. Um jogo mental, cheio de idas e vindas, e vencido por Gauff. Ao final, jogada na areia vermelha de Roland Garros, gritando "Meu Deus! Meu Deus!", Gauff parecia não acreditar na vitória heroica.
Durante o torneio desse ano, a organização de Roland Garros não colocou jogos femininos em sessões noturnas na quadra central, que são os horarios mais nobres. Não houve uma explicação coerente para a decisão e, claro, fica no ar a suspeita de desvalorização forçada da categoria feminina. Mas quem viu a final de mais de três horas entre Gauff e Sabalenka compreende que a tentativa de desvalorização é decisão política e mais nada. Uma final que valeu o ingresso e o tempo diante da TV.
Gauff, de virada, vence seu segundo Grand Slam. Aos 21 anos certamente chegará muito mais longe. Sua elegância, ousadia e técnica impressionam. Foi um jogo memorável e um aviso à organização de Roland Garros: se não colocarem mulheres jogando em horário nobre, azar do torneio.
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