Como Renato reinventou o Fluminense da noite para o dia

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Futebol é confiança, ousadia e alegria. O futebol brasileiro, antes de mais nada, é exatamente isso: confiança, ousadia e alegria. Esquemas rígidos e caretas não convencem elenco nenhum a jogar com paixão. Alguns podem argumentar que o Palmeiras de Abel joga nesse esquema e eu diria que não. O Palmeiras de Abel é um time solidário que sabe se movimentar com ritmo e trocar de posição quando necessário. Um time conservador seria, por exemplo, o Corinthians de Ramón e Emiliano. Apequenado, recuado, careta, triste, isolado, mal treinado (ou pouco treinado, ou ligeiramente treinado, como queiram).
O Fluminense de Mano estava sem vida. Um elenco acima da média, mas jogando de cabeça baixa e sem criatividade. E então chegou Renato Gaúcho. Renato é boleiro e sabe que, sem alegria, não tem futebol.
Renato conseguiu tirar desse elenco o que ele tem de melhor já no primeiro jogo e acumulou quatro vitórias seguidas de cara. Resgatou a confiança perdida, devolveu à camisa tricolor a coragem que é seu predicado. Olhou para o elenco e compreendeu o que cada um tem a oferecer. Entendeu que Bernal é um volante que sabe avançar, que Árias não pode ficar fixo ou muito recuado, que Keno vai no X1, que Ganso tem que fazer o que bem quiser, que a zaga pode oferecer segurança mesmo sem Thiago Silva, que Martinelli faz a saída de bola como poucos, que Canobbio é pulmão antes de coração, que Cano só precisava acreditar nele mesmo, que Everaldo pode fazer golaço desde que esteja motivado. Enfim. Renato entrou na cabeça do elenco. E estamos vendo o resultado. Os resultados.
O Fluminense colocou a coragem para jogo. Parece pouco, mas não é. Coragem organizada é força. O Fluminense de Renato faz até saída de bola com toqueira. Na defesa, tem se segurado: desde a chegada de Renato levou um gol. Fez 10.
É outro time. Completamente outro. Mas é, vejam, o mesmo elenco, a mesma escalação. Tem horas que trocar de treinador é a solução no futebol. Não é sempre e aqui no Brasil fazemos isso de formas bastante tresloucadas e exageradas, mas há dias em que o rompimento é a melhor solução. Tem vida depois dele.
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